num tremendo fiasco. Em duas cartas enérgicas manifestou Artichofsky confidencialmente aos Diretores Gerais a sua desaprovação à política brasileira por eles seguida, com total malogro. 1 Falou com franqueza, temperou a sua exposição de pungentes sarcasmos, - descrevendo intencionalmente, como convinha, a situação com cores demasiado sombrias. Segundo o seu modo de ver, o mal fundamental era a desavisada economia da Companhia. Ela era culpada das insuficientes remessas de tropas, do escasso fornecimento de armas, munição, peças de roupa e notadamente de víveres. Faltava na Colônia uma mão firme para manter a coesão do todo. Todo oficial queria comandar; todo funcionário, dirigir. Em vez de operarem em comum, os chefes do exército e os da marinha, no Brasil agiam uns contra os outros. A isso se juntavam as requisições das autoridades civis à administração militar. Ora navios deviam ser fornecidos para fins de transporte, ora eram precisos marinheiros para o desempenho de toda sorte de funções. Assim predominava uma confusão geral no Recife. "A sorte, contudo, ainda é favorável às nossas armas", escrevia Willem Schotte, "ainda pode a obra abençoada por Deus ser levada a feliz termo. Para esse fim enviai-nos soldados, enviai-nos um general, que se imponha com um pulso de ferro". Como Artichofsky e Schotte, também se exprimiu o Conselho Político, em sua totalidade: "Parece que se esqueceram de nós inteiramente. Achamo-nos em terrível perigo, e impotentes devemos observar como a guerra de incursões vai preparando a Revolução. Ajudai-nos em nome de Deus! Seria realmente uma ignomínia para a Holanda e a W. I. C. renunciar a uma terra tão futurosa, e em que tanto dinheiro e trabalho foram consumidos! Mas o socorro
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Nota 118: Artichofsky ao Cons. dos XIX, 13 Junho, 20 Julho 1636.
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