ação, resolveu o Almirante rumar para o Mar dos Caraíbas depois de haver deixado uma guarnição para a defesa da costa.Com sentimentos muito discordantes contemplava o Governo holandês o futuro. Foi então que se apresentou, em 20 de Abril de 1632, um transfuga, o mulato Domingo Fernandes Calabar, no Recife e pediu para ser admitido ao serviço da Companhia 1. Waerdenburch e seus sub-chefes de comando ganharam neste natural do país um excelente conhecedor da região, o qual lhes veio a servir nas operações de guia ousado e ladino, iniciando-os também nos segredos das guerrilhas brasileiras. Desde o aparecimento de Calabar - assim se lê nas obras dos historiadores portugueses e brasileiros, particularmente exaltados contra este traidor, - virou a folha da Fortuna para o lado dos Holandeses. Brandenburger assim corrige a parcialidade deste juízo: "Conquanto o conhecimento do terreno e a experiência das guerrilhas, a astúcia e cautela, a ligação de Calabar com os outros descontentes, tenham sido de grande proveito para os Holandeses, não se pode dizer tivesse por si só o transfuga o poder de fazer a Deusa da Fortuna voltar-se em favor dos conquistadores, pois para isso não muito menos contribuíram a constante chegada de reforços da metrópole neerlandesa e as discórdias reinantes no campo adverso" 2.Aconselhado por Calabar, atacou Waerdenburch em Maio de 1632 a cidade de Iguarassu, - segunda em importância naquele tempo, - situada no interior de Pernambuco a 16 ou 17 milhas ao norte do Recife, a qual havia oferecido refúgio aos negociantes ricos
O Domínio colonial hollandez no Brasil
Escrito por Watjen, Hermann e publicado por Companhia Editora Nacional