O Domínio colonial hollandez no Brasil

Escrito por Watjen, Hermann e publicado por Companhia Editora Nacional

Página 107


adoecido de disenteria. Haviam contribuído para as más condições de saúde das tropas: os gêneros alimentícios na maior parte estragados pela longa viagem e calor tropical, a falta de substâncias nutritivas gordas e de bebidas espirituosas fortificantes, a falta de boa água potável e a necessidade indeclinável de mitigar a sede com água apanhada da chuva. Com minguadas rações, alimentação de carne meio deteriorada, pão intragável, ervilhas e cevadinha umedecidas, não se podia exigir de nenhum soldado montar guarda dia e noite e prestar serviços fatigantes de trincheira. Se a Companhia queria conquistar Pernambuco, então devia cuidar a remessa regular de provisões. Eram estas condições imprescindíveis para o sucesso da empresa, porquanto das regiões circunvizinhas do Recife não havia esperar o mais insignificante fornecimento! Toda e qualquer remessa de produtos do interior sabiam os astutos portugueses frustrar, já havendo até tangido para dentro das matas a totalidade do gado. Quando, porventura, aparecia nas adjacências de Olinda uma vaca, ou cabra desgarrada, devia o animal ser abatido à bala e o atirador podia se julgar feliz, se conseguia realizar o transporte da presa incólume de uma frechada. 1.A situação tornou-se ainda mais incômoda para Waerdenburch e sua gente, quando os portugueses conheceram quão pouco os holandeses como que sitiados, em Olinda e Recife podiam fazer contra os destemidos guerrilheiros. Em Antônio Vaz ninguém se deixava ver fora das fortificações a menos que quisesse servir de alvo aos escopeteiros adversários. Com crescente inquietação reconheceram os chefes holandeses que a cidade


  1. Nota 70: Waerdenburgch an d. seeländ. Direkt. 3 Abril an d. Rat. d. XIX, 23 Julho. No mesmo maço.