O Domínio colonial hollandez no Brasil

Escrito por Watjen, Hermann e publicado por Companhia Editora Nacional

Página 104


cresceu a tal ponto que Loncq e Waerdenburch resolveram abster-se por algum tempo de mais expedições ao interior e dedicar-se somente ao trabalho de tornar inexpugnáveis as posições conquistadas.A situação especial da "Povoação do Recife" sobre uma língua de terra toda marginada d'água e apenas acessível por terra pelo lado de Olinda muito facilitou aos holandeses os trabalhos de fortificação. Contra ataques de frotas inimigas, protegiam-na os arrecifes e a fúria do mar. Se pois se erigissem grandes cidadelas de um e outro lado da entrada, situada ao norte da povoação, toda tentativa de forçar a entrada do porto pelo lado do mar, considerando-se o pequeno alcance da artilharia do tempo, seria uma coisa simplesmente impossível. O primeiro forte construído pelos holandeses tomou em homenagem a Johan de Bruyne - de quem teremos ainda de falar - o nome de "Fort de Bruyne" ou "Castrum" ou ainda "Arx Brunonis". A fortaleza tem estado em uso até os nossos dias e conserva ainda o nome antigo, se bem que modificado pelos portugueses de "Fort de Bruyne" para Forte do Brum 1.Quando os conquistadores holandeses ocuparam o Recife em 1630, a ilha Antônio Vaz situada entre o istmo e o continente e contornada pelos rios Beberibe e Capibaribe ainda não estava povoada 2. Constava a Leste de um banco de areia e a Oeste de uma região pantanosa donde se elevavam pequenas dunas. Nas proximidades da ponta setentrional desta ilha, em oposição oblíqua a "Povo" tinham os portugueses


  1. Nota 64: Depois da demolição da parte mais velha do Recife, constitui o Forte do Brum no Pernambuco de hoje uma das últimas lembranças do tempo holandês. Como observam Fournié e Beringer na sua valiosa "Memoire sur le port de Récife", o istmo no século 17 era muito mais estreito que hoje.

  2. Nota 65: O nome vem do um antigo possuidor.