das Índias Orientais já davam bastante emprego à energia nacional e o Brasil com a sua pobre e inospitaleira população ficava muito atrás, a primeira vista, da região asiática. Apenas poucos estabelecimentos foram fundados - a maior parte com náufragos e deportados -; neles como estação de abrigo tocavam ocasionalmente os navegantes que se dirigiam para as Índias Orientais. Somente depois que correu a notícia da descoberta de prata pelos Espanhóis vizinhos, no Rio da Prata (La Plata), foi que se volveu a atenção, em 1530, para a exploração do Interior. Não querendo a Coroa desviar, com a nova tarefa, as suas forças da sede de sua atividade no Oriente, distribuiu concessões, formuladas segundo o modelo espanhol e semelhantes às que já estavam em uso nos Açores. Empresários particulares receberam a incumbência de ocupar e colonizar tratos de costa de 50 milhas de extensão mais ou menos e correspondente fundo para o interior até a Linha de Demarcação. Em compensação das despesas feitas, recebia o Rendeiro Feudal (Donatário) a direção suprema hereditária da sua "Capitania", quanto a administração e justiça, e uma parte das rendas da Coroa e do produto de ramos de comércio particularmente lucrativos, como o da pesca e do pau-brasil. Para achar imigrantes, permitiu-se a entrada de colonos de todos os países católicos, reduzindo-se em seu favor os impostos sensivelmente, com a condição apenas, estava entendido, que o comércio fosse somente feito com Portugal" 1. Mas o sistema não deu o resultado que era de esperar. O poder concedido aos donatários era excessivo. Diversos deles queriam exercer as prerrogativas
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Nota 38: G. Roloff, Geschichte der Europäischen Kolonisation (1913), p. 52, f.
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