das palavras de Sombart - "nada mais do que uma associação semi-bélica, organizada para fim de conquista, com direitos soberanos e amplíssimos meios ofensivos, que exercitava a pirataria em grande escala e a essa atividade principal devia verdadeiramente os seus lucros." 1 Bem se via portanto que as suas tentativas de colonização nenhum êxito podiam alcançar, pois eram feitas com recursos inteiramente insuficientes, o que é fácil de explicar considerando-se que os Diretores da Sociedade somente cuidavam de realizar lucros com a maior prontidão possível. Na W.I.C, escreve Van de Spiegel, "era o espírito burocrático mercantil quase invariavelmente a alma de toda a atividade e a rotina toda a sua sabedoria." 2 Este severo julgamento ajusta-se perfeitamente ao caso. Quem estuda a história da Companhia, manuseando os documentos (Akten), logo chega a convencer-se de que a W. I. C, organizada como Sociedade de Corso "grand style" deveria ter à sua disposição um capital avultadíssimo para, ao mesmo tempo, sustentar a guerra naval no Oceano Atlântico e desenvolver ainda a atividade colonial. Logo de princípio a dupla empresa ultrapassou a capacidade financeira da Companhia. Entrou ela em dificuldades de pagamento logo que a sua estrela propícia de 1628 empalideceu e uma segunda "frota-de-prata" não mais caiu nas garras dos seus corsários. De ano em ano crescia o fardo de suas dívidas, até que por fim ninguém pôde mais deter o desandar da roda.
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Nota 32: Sombart, Der Bourgeois (1913), p. 98.
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Nota 33: J. G. Doorman, Die niederländisch - Westindische Kompagnie an der Goldküste. Tijdschrift voor Indische Taal, Land en Volkenkunde XL., p. 415. (A Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais na Costa do Ouro. Revista de etnografia, geografia e filosofia indica XL, p. 415).
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