O Domínio colonial hollandez no Brasil

Escrito por Watjen, Hermann e publicado por Companhia Editora Nacional

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preços e para as quais era sempre forte a procura. É verdade que havia açúcar, madeiras de tinturaria, tabaco e outros artigos coloniais desejados, mas sobre estes mantinham a primazia os metais preciosos. Do ouro e da prata da América tinham sede também os holandeses, e só duas possibilidades se lhes ofereciam de virem a adquiri-los: ou haviam de apossar-se violentamente das minas produtoras ou de manter um poder naval a todos os respeitos superior ao dos espanhóis, a fim de apresarem as frotas carregadas de prata na sua travessia das Índias Ocidentais para a Europa. "Uma e outra coisa exigiriam meios muito mais importantes do que desviar o comércio das especiarias, de sua antiga rota". 1 E o segundo campo de atividade, a Costa Ocidental da África? Esta produzia ouro, marfim, plumas de avestruz, madeiras de tinturaria, malagueta, etc. No que, porém, sobrelevava, era no fornecimento de escravos negros, para os quais a Holanda nenhuma aplicação adequada tinha pelo menos enquanto não dispusesse de colônias agrícolas próprias.Estes prospectos pouco promitentes de imediato lucro fizeram com que a subscrição das ações da W. I. C. tivesse um curso muito lento. As pessoas abastadas recusavam abrir os cordões da bolsa e somente à força de muita persuasão a isso vieram a ser induzidas. Membros dos Estados Gerais e estados provinciais, que queriam dar um bom exemplo aos seus concidadãos, subscreveram somas consideráveis. Sobre a O. I. C, que via a sua irmã das Índias Ocidentais com sentimentos tão vários, tal pressão foi exercida que ela se viu na necessidade de prontificar-se,


  1. Nota 27: A. Zimmermann, Die Kolonialpolitik der Niederländer (1903) p. 40.