O Domínio colonial hollandez no Brasil

Escrito por Watjen, Hermann e publicado por Companhia Editora Nacional

Página 78


com uma enérgica resistência e viu malograr-se a realização dos seus desejos.Somente a queda de Oldenbarnevelt, que pôs um termo à desagradável discórdia entre o partido do Governador e o dos Estados, veio criar finalmente circunstâncias favoráveis ao projeto da Companhia. De novo ressurgiu este como objeto de deliberação nas reuniões dos Altos e Nobres Poderes, e quanto mais o partido pró-guerra ganhava influência, tanto mais desanimados se iam tornando os esforços dos adversários em fazer duradoura a paz entre a Espanha e os Países Baixos. Mais uma vez estendeu Usselinx os seus esforços ao extremo, lutando pela palavra e pela pena em prol da realização de sua idéia. Quando, porém, a 3 de Junho de 1621 depois de vencidas intermináveis hesitações e dificuldades foi criada a W. I. C, ninguém teve maior desilusão do que o seu pai espiritual. À nova Sociedade foi concedido um monopólio comercial por vinte e quatro anos, para a costa ocidental da África desde o trópico de Câncer até ao Cabo da Boa Esperança, para a América do Norte e do Sul e igualmente para o Oceano Pacífico, a Leste da Nova Guiné. Foi-lhe conferido ao mesmo tempo o direito de firmar alianças e tratados de comércio com os soberanos nativos de todas as regiões que tivesse de ocupar, de construir fortes, de nomear governadores e funcionários, os quais deviam obedecer às ordens da Companhia, mas também às determinações dos Altos Poderes. O Estado obrigava-se a fornecer as tropas que fossem precisas para a execução dos empreendimentos. Soldo e manutenção ficavam naturalmente por conta da W. I. C. Foram criadas cinco Câmaras de Comércio, a saber: uma em Amsterdã, com quatro quinhões, uma segunda em Midelburgo com dois quinhões, uma terceira em Maasquartier