total de 600 homens acima referido. Com estas tropas fizemo-nos a vela daqui a 11 de outubro e chegamos no dia seguinte a Barra Grande, onde desembarcamos cerca de 3 horas da tarde; e sem determo-nos ali, pusemo-nos em marcha imediatamente para Porto Calvo, pois sabíamos da existência, lá, de boa quantidade de açúcar. Assim, chegamos cerca de meia-noite a embocadura do rio, destacamos patrulhas em todas as direções em busca dos açúcares, e, aproximando-nos do rio, enviamos o major Cloppenburch com sua companhia a um certo canal. À embocadura do rio encontramos 38 caixas de açúcar cobertas por um pano de aniagem, e, um pouco mais longe, no rio, havia uma barca, mas não pudemos atingi-la porque não tínhamos chalupa conosco e as barcas do inimigo se achavam a outra margem do rio; entretanto, como a barca não se achava a grande distância da margem, colocamos bem perto alguns soldados a fim de evitar que o inimigo viesse da outra margem do rio para incendiá-la ou fazê-la em pedaços. Nesse meio tempo, voltava a companhia do major Cloppenburch, tendo também achado um armazém com 43 caixas de açúcar. Quando começava a romper o dia, o sr. Gyselingh, prometendo potes de vinho a alguns soldados, persuadiu-os de atingir a nado a dita barca, com um sabre preso ao pescoço, o que, de fato, se executou, encontrando-se na barca mais 44 caixas de açúcar. Os mesmos nadadores foram empregados também para buscar os barcos da margem oposta, o que também se fez sem nenhum inconveniente porque os portugueses já haviam fugido muito antes, de modo que até então não havíamos encontrado um inimigo em parte alguma; esses barcos do inimigo vinham a calhar, pois nossos navios, que seguiam de Barra Grande, não se faziam a vela senão nessa manhã e só pela tarde chegaram a Porto Calvo ou, propriamente dito, Porto de Pedras, porque Porto Calvo é, a rigor, o nome da pequena aldeia, situada a cerca de 5 léguas dali, subindo-se o rio. Com o auxílio desses barcos destacamos também uma parte de nossas tropas para a margem oposta a fim de verificar se não existiriam açúcares ali também; e com esses barcos fizemos também transportar água, que nos faltava e não podíamos achar do lado do norte, embora mais tarde lá encontrássemos água mais ou menos boa, cavando poços para tal fim. Quando pela tarde o comandante Lichthardt
Documentos Holandeses
Escrito por diversos autores e publicado por Serviço de Documentação do Ministério da Educação e Saúde