Documentos Holandeses

Escrito por diversos autores e publicado por Serviço de Documentação do Ministério da Educação e Saúde

Página 34


cialmente uma montanha ao norte da cidade, onde o inimigo aparece diariamente. Mandei o tenente-coronel Seton inspecioná-la, e, a fim de certificar-me ainda mais, julguei útil ir eu próprio até lá fazer uma inspeção. Assim, a 19 de março para lá me dirigi, acompanhado por um destacamento de mosqueteiros e pelo engenheiro Commersteyn, mas, verifiquei que, de acordo com o relatório feito pelo tenente-coronel Seton, ela só poderia ser fortificada mediante grandes despesas e uma força militar muito considerável, porque, se os Senhores Diretores desejarem fazê-lo, será necessário construir duas fortalezas de vulto, visto como o inimigo pode vir pelo lado oposto e assentar tantos canhões quantos entender, sem o que não logrará dominar-nos, nem desalojar-nos da cidade. Por enquanto, a fim de ter livre a visão e estar em guarda contra os ataques dos brasileiros e dos negros, mandei cortar toda a mata entre a montanha e a cidade. Dirigi-me também, com os Senhores Conselheiros e o engenheiro Commersteyn, ao recife, a fim de deliberar, após uma inspeção, sobre a fortificação destes lugares, e julgamos necessário iniciar ali os seguintes trabalhos: 1°) Prover as casas da ilha de Antonio Vaaz de uma mu ralha contra a invasão do lado do continente, pelo rio, o que foi há pouco concluído, a fim de poder resguardar as casas, que ali ainda se acham de pé, e servem de armazéns, contra os incêndios que Albuquerque constantemente provoca em todas as cidades que podem convir-nos; igualmente, para frustrar os seus desígnios, fortificaremos o convento de Antonio Vaaz com quatro muralhas para que possa servir-nos de fortaleza, havendo, por enquanto, mandado cortar toda a mata entre o recife e esta cidade, para empregar a madeira nos trabalhos necessários. A aldeia do Recife onde se acham os armazéns, em sua maioria queimados por Albuquerque, será, segundo nossa proposta, munida de uma muralha do lado da terra, em frente ao convento de Antonio Vaaz, a fim de conservar os armazéns que ainda existem e que serão ocupados com provisões e munições. Essa muralha deverá ter uma altura tal, que os armazéns fiquem ao abrigo dos canhões que ali vierem a ser assentados; o alicerce terá, necessariamente, de ser construído de cal e pedras por não haver outra