TANACETE, planta com que compara camara-japê; o nome tanacete é de Pyrethrum tanacetum, composta exótica, comparação que justifica ã opinião de SPREN-GEL, de que camara-japê (vide este nome) seja uma composta.TANGARACA OU erva-de-rato: Boerhaavia hirsuta Willd.. nictaginácea.TANGARACA-GUAÇÚ (Marcgr. Lib. Princ, t. 191, seg. a Flora de Martius): Coccoloba crescenti aefolia Cham., poligonàcea.TAPIÁ: Crataeva tapia, caparidácea.: Seg. PISO, com estampa: tapyracoay-nana, de fruto dito canafistula; trata-se de Cassia affinis, leguminosa, ou afim. Segundo PIO CORRÊA: cana fistula, canafrista ou tapira-coiana é Cássia grandis L. f,, leguminosa.TAQUARA: nome vulgar de várias gramíneas-bambuseas; MARCGRAVE dizia: Arundines.TARERIAYA: Cleome spinosa L., caparidácea.TAREROQUI, mata-pasto ou paiomarioba: são nomes de Cássia sericea Sw., leguminosa, seg. a Flora de Martius que não cita MARCGRAVE.TATAIBA OU tatagiba: Maclura xanthoxylon Endl., morá-cea e com dúvida M. affinis Miq.TAYUYÁ: Trianosperma tayuya Mart., cucurbitácea. TINCONDO QUIANCACABA : banana.TONGU (termo de Angola): belingela (beringela): Sola-num melongena, solanácea.TREMATE OU trematee: Verrionia scabra Pers., composta. TRIFOLIO: Gen. Trifolium, leguminosa.TUINAMTIIBA:TUPA-IPI ou cebola-albarã: Canna glauca ("), canácea.UBÁ: MARCGRAVE cita vubá que também pode ser lido uubá, duas plantas, a saber: vuba, tamacoaré, alfeloa de açúcar ou cana de açúcar: Saccharum officinarum L., gramínea; vuba ou cana-ubá: Gynerium sagittatum Beauv. e G. parviflorum Nees,gramíneas também chamadas cana de frecha, ubá.etc. UBIPITANGA: vide ibipitanga.UMARI: Segundo CAMINHOÁ, esse nome é de Poraqueiba guianensis Aubl., olacácea; seg. PIO CORRÊA, OS nomes umari, mari ou angelim de espinho são de Andira spinulosa Mart., leguminosa.UMBIGO DE VENUS : Nome de planta com que compara a erva-do-capitão (Hydrocotyle, por ter crinas (") na extremidade como a folha de Umbigo de Venus.URTIGA URENTE OU pino: Fleurya aestuans ("); Urtica urens ("), urticácea.URUCATÚ : orquídea indeterminada. URUCÚ: Bixa orellana L., bixácea.URUCURI: provavelmente Cocos coronata Mart., palmá-cea, vulgo urucury-yba em Pernambuco, segundo PIO CORRÊA.URUPARIBA : guirapariba.UTY:UUBÁ, Nosthos, Arundo sagittaria: Gynerium saccharoi-des, gramínea.UUBA, vuba, tacomare, alfeloa ou cana de açúcar: Saccharum officinarum L., graminea.VISQUEIRO (provavelmente visgueiro): Nome vulgar de várias leguminosas do gên. Parkia, a cujo propósito, porém, a Flora de Martius não cita MARCGRAVE.VUBA: vide ubá e cana de açúcar.XALAPA (de preferência jalapa), uma espécie de jeti-cuçu, seg. Fr. XIMENES.YMIRA-ITA: pau ferro.ZINGIBER : gengibre (Zingiber officinale, zingiberácea).Eis o que me é possível indicar, de um primeiro estudo da obra de MARCGRAVE, como publicada por JOÃO DE LAET, em 1648.Das identificações científicas indicadas a propósito de cada nome vulgar, as que merecem maior confiança são as que constam nas diversas monografias da Flora Brasiliensis (1840 a 1906) e as que MARTIUS indicou em trabalho que publicou em 1853; as demais, são aproximações.Como se vê do texto da.tradução, bem como destalista alfabética, de nomes vulgares citados por MARCGRAVE,muitos destes nomes comuns ficam sem identificaçãocientífica, por não me ter sido possível juízo seguro aseu respeito.
Assim, entre outros, os termos vulgares caatimay, cabui-iba ou pau amarelo,, camacari, os câmaras de flor branca e de flor vermelha, camarambaya, camaratinga, caraguatá-acanga, coapoiba ou pau gamela, coitianda-gui-ra, copiiba, coti-trepoeba, cuambú, curupicaiba, gonan-dim, guaibi-pocaca-biba, guajerai, erva-de-cobra ou caacica, iataboca, ibacamuci, ibacuru-pai, ibapurunga, ibipitinga, ibirapoá, etc.Feita a lista, como está, será mais fácil agora a cada interessado o trabalho de completá-la ou corrigi-la.CLASSIFICAÇÕES CIENTÍFICAS, DAS PLANTAS INDICADAS POR MARCGRAVE POR NOMES VULGARES Como já ficou dito, o ilustre botânico MARCGRAVE faleceu em 1644 na África, quando de regresso do Brasil para a Europa, onde teria podido classificar o herbário que organizou em nosso país. Além desse herbário, só muito mais tarde classifi-cado, deixou numerosos apontamentos, descrições e ilus- trações de plantas, que JOÃO DE LAET publicou com mui-tas anotações em 1648, limitando-se então LAET a citar as plantas pelos nomes vulgares, que MARCGRAVE registara durante seu estágio no Brasil (1637-1644).Creio que a obra original de MARCGRAVE é a que a Flora de Martius cita, uma vez por outra, sob o título "Liber Princeps de Marcgrave" que diz estar na Biblioteca Real de Berlim. (Vide Flora Brasiliensis de Martius, vol. XIII-1, monografia das Caparidáceas, a propósito de "capotaya" (Capparis cynophallophora).MARTIUS e numerosos monógrafos da Flora Brasi-liensis, elaborando esta grande obra (1840 a 1904), ti-veram oportunidade de estudar e classificar numerosos exemplares do herbário de MARCGRAVE, mas nem todos,como é de regra em cada coleção botânica, onde há sem-. pre exemplares que por estéreis ou outras razões técni-cas, não são identificáveis.Essas classificações, assim feitas por especialistas à vista de exemplares de herbário são as mais dignas de confiança, pois se ainda hoje nem todas as descrições permitem juízo seguro, sem exame de material adequado, quanto mais à vista das descrições peculiares à época de MARCGRAVE, em que nem sequer estava bem definida, como hoje, a terminologia dos órgãos essenciais da flor.Para a confecção da lista de identificações a seguir, baseio-me principalmente nas monografias da Flora Brasiliensis de Martius, cujos 40 volumes tive de consultar um por um, sendo que em alguns volumes não há ne-nhuma alusão a MARCGRAVE; aliás, apenas alguns volumes não citam este ilustre botânico da comitiva deNASSAU.As 232 citações a seguir, dão desde logo uma idéia da importante contribuição de MARCGRAVE, ao conheci-mento da flora de Pernambuco e do Nordeste do Brasil, em geral.É claro que não esgoto aqui o estudo das correspondências científicas das plantas indicadas por MARCGRAVE;a compilação que ora apresento, facilitará decerto umtrabalho futuro mais completo.Acetosa indica, oxalidácea citada por este binômio, sem indicação de nome vulgar; provavelmente uma espécie de Oxalis.Alcaea hirsuta: este binômio, citado por MARCGRAVE, deve corresponder a uma espécie de Althaea, uma vez que o índex Kewensis considera Alcaea sinônimo de Althaea, malvácea, e porisso talvez Althaea hirsuta ou A. officinalis, o que fica a verificar .Adiantum spp.: diversas espécies, indicadas pelo nome vulgar "avenca"; MARTIUS, em trabalho publicado em 1853 (1855), anteriormente citado, indicou as espécies que verificou, como informo em anotação n.° 8, anteriormente.A Flora Brasiliensis diz que Adiantum curvatum Kaulf. é uma das espécies de "conambai-miri", de PISOAgeratum conyzoides L.: (?) mentrasto camara-apê,composta. Aloe sp., liliácea: babosa, áloes ou caraguata.Alpinia paco-secora Jacq., zingiberácea: paco-seroca.COMENTÁRIOS - BOTÂNICA