houvesse visitado a costa do Oceano Pacífico na de sastrosa expedição de BROUWER ao Chile.Aliás não se lembrou BARLAEUS de fazer uma declaração explícita sobre o nome do cartógrafo ilus trador do seu in fólio. Contenta-se em dizer que os seus quatro mapas iniciais eram "devidos à munifi cência de NASSAU e representam o Brasil Holandês, Nem a Europa nem a América jamais até então viram outros mais completos".E a tal propósito, jactanciosamente, escreve que o Brasil outróra dividido em Capitanias do Norte, e do Sul, passara a ter duas novas partes, Brasil es panhol e Brasil holandês. "A primeira era a natural, a segunda feita pela força e valor dos homens". Bem efêmera tal divisão! teria de confessar sete anos após a impressão do seu panegírico e faustoso Re rum per octennium, se a Morte não o houvesse arrebatado a 14 de janeiro de 1648, quando já havia meses vegetava na mais completa demência.Não esteve BARLAEUS no Brasil e pensamos que por este motivo, por não haver conhecido a intimidade dos trabalhos de MARCGRAVE, pouco se refere aos seus serviços. Assim, na empoladissima dedicatória da sua obra ao Príncipe, êmulo "no Novo Mundo de Metê-lo nas Gallias, Mario na África, Druso na Ger mania, Trajano na Panonia", fundador de Mauritió-polis, construtor de Friburgo e Bôa Vista, e de maravilhosas pontes" não há referência especial ao cunho cultural da administração nassoviana. Em todo o caso consagra dois ou três qualificativos laudatórios ao sábio de LIEBSTADT.A este afastamento do Brasil atribuímos esta indiferença pela obra marcgraviana. Dos diversos autores batavos contemporâneos da conquista do Nordeste não sabemos de nenhum que haja atribuído grande valor aos serviços do protonaturalista e proto astrônomo trazido por NASSAU e de longe sequer avalie o mérito que os distingue.Assim não encontramos referências dignas de apreço em NIEUHOP, COMMELYNK e MONTANUS. Este último, em todo caso, cita "Markgravius" em sua bibliografia, não se havendo, contudo, valido de sua obra.Ao encerrar o seu belo estudo sobre o sábio de Liebstadt exclama o eminente DR. EUGENIO GUDGER: Morrer aos trinta e quatro anos de idade, no zénit do poderio cerebral, deixando inacabada uma grande obra, que perda universal!Com LICHTENSTEIN chamemos a MARCGRAVE um dos maiores heróis da Ciência!A estes conceitos subscrevemos reverentes cheios de admiração pelo sulco deixado nos fastos brasileiros e americanos, e nos anais da Ciência pelo proto naturalista e pelo proto astrônomo do Novo Mundo...BIBLIOGRAFIA DO DR. E. W. GUDGER1884 - Artigo MARCGRAVE - Allgemeine Deutsche Biogra phie. Leipzig.1717 - Anônimo... Ausser diesem Ost - Indianischen Werke ist in der Konig. Bibliotheck auch ein West - Indianisches unter folgendem Titel enthalten: Theatrum rerum naturalium Brasiliae, imagines, etc. Neue Zeitungen von Gelehrten Sachen, Erster Theil, No. IV., pp. 29 und 30.1647 - BARLAEUS, GASPAR - Rerum per octennium in Bra silia et alibi nuper Gestarum, Historia, pp. 330-331. Amsterdam. Cleves 1660, pp. 559..1659 - BARLAEUS, GASPAR - Brasiliansche Geschichte Bey Achtjahriger inselbigen Landen gefuhrser Regie rung Seiner Furstlichen Knaden Hern Johann Mo ritz Furstens zu Nassau, pp. 839, 840, 841. Cleves.1788 - BLOCH, MARCOS ELIESER. - Ichthyologie, Vol. 6, Prefacio pp. 5 and 6.1785 - BOEHMER, JORGE RODOLPHO - Bibliotheca Scripto rum Historiae Naturalis Oeconomiae Aliarumque Artium ac Scientiarum, Vol. 1., pp. 760-761.1841 - CUVIER, JOGE - Histoire des Sciences Naturelles, p. 141. 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Escorço biográfico por Affonso de E. Taunay
Escrito por Taunay, Alfonso e publicado por Museu Paulista. Imprensa Oficial do Estado