Tive uma do mesmo tamanho e com penas da mesma cor que a precedente, mas o peito e o ventre eram brancos. Os olhos eram áureos, a pele amarela ao redor deles e as pernas, da cor de barro.TIIEGUACU (termo indígena). Avezinha do tamanho do pardal ou um pouco maior. O biquinho é curto, triangular, um pouco largo, preto; os olhos pequenos de cor da safira; as pernas e os pés são da cor de cera com pequenas unhas fuscas, estes são dispostos como sucede comumente. Esta avezinha é coberta de penas pretas, como as do corvo; mas no alto da cabeça, acha-se uma mancha de cor sangüínea fulgente em forma de escudo. Quase todo o dorso e a parte superior de uma e outra asa são cobertas em parte por uma mancha preta azulada; a cauda é curta e preta.T E I T E I (termo indígena) também é chamada Guiranhem geta e Guraundi. Avezinha do tamanho da rubécula. Costuma ser conservada em aviário por sua voz canora, mas pia somente como a "Rubrica" (em alemão Gimpel). Alimenta-se de coco e de mamão; tem o bico curto, grosso, preto; a cabeça, parte superior do pescoço, as asas, o dorso e a cauda são cobertos de penas pretas com mescla de cerúleo, de sorte que brilham como o aço polido. A garganta, parte inferior do pescoço, o peito, o baixo ventre e a parte superior das pernas são de cor do barro; na origem do bico, na parte de cima, atrás do nariz, há uma marca de penas de cor do barro; as pernas e os pés são fuscos. É este o macho.A fêmea corresponde inteiramente ao macho em proporção e tamanho, com o mesmo bico e mesmas pernas; a cor, porém, é um pouco diferente; é verde como o pintassilgo ( Zyschen, em alemão). As asas e a cabeça com a parte superior do pescoço são de cor fusca com mescla de cerúleo; gostam de viver cinco ou seis juntamente no aviário.GUIRAGUACUBERABA (termo indígena). Ave do tamanho do pintassilgo. A parte inferior do pescoço, o dorso e a extremidade do ventre são de cor de barro ou áurea; a parte superior da cabeça, o pescoço, a metade anterior do dorso, as asas e a cauda são de cor verde clara. Na extremidade das asas, encontram-se umas penas fuscas; debaixo da garganta até junto dos olhos encontra-se uma marca grande, preta. O biquinho é reto, agudo, amarelo, um pouco preto na parte de cima; as pernas e os pés são de cor fusca.GUIRACOEREBA (termo indígena). Ave do tamanho do tentilhão. Tem o bico preto, do comprimento de três quartos de dedo, agudo e um pouco curvo para baixo; tem os olhos pretos, a língua muito dividida. Na cabeça, encontra-se um topete de penas de cor verde-mar; no resto da cabeça, na garganta, na parte inferior do pescoço, no peito e baixo ventre e metade posterior do dorso, encontram-se penas cerúleas lactescentes; do peito ao dorso, onde começa a cor cerúlea, pelo início das asas, corre transversalmente uma linha larga, cerúlea; a parte superior do pescoço, até à metade anterior do dorso, é coberta de penas finas, pretas, sedosas. A cauda tem pé e meio de comprimento e é preta; as asas, as quais são grandes, tem as metades laterais amarelas; o amarelo, porém, permanece coberto e não pode ser visto, quando a ave está em repouso; mas quando voa, as asas aparecem elegantemente com estrias de preto e amarelo; na parte interior, as asas são quase inteiramente amarelas. A parte superior das pernas é preta e um tanto azuladas; a parte inferior é nua e da cor do cinábrio; assim também são os pés, os quais têm umas pequenas unhas pretas; os dedos dos pés são quatro, dispostos, como de costume.GUIRAPEREA (termo indígena). Ave do tamanho da cotovia. O bico é curto, um tanto grosso, um pouco preto. A parte superior da cabeça, o pescoço, o dorso, o baixo ventre, têm penas amarelas escuras, como a ceracitrina; a parte inferior da cabeça, a garganta, o pescoço e o peito tem pretas; semelhantes à estas há umas poucas no ventre, mas com mescla de amarelo. Mede a cauda dois dedos de comprimento e passa além das asas; estas e aquelas constam de penas fuscas e um tanto pretas, das quais cada uma tem uma extremidade lateral verde-mar de sorte que as asas parecem fuscas com estrias de cor verde-mar; a parte superior das pernas também é de cor de cera; a parte inferior e os pés são cinzentos escuros; os dedos em número de quatro são dispostos, como de costume, e tem unhas um tanto escuras.JAPACANI (termo indígena). Ave do tamanho do Bemtere ou Schanepue. Tem o bico preto, alongado, pontudo, um pouco curvo para baixo, e os olhos áureos com a pupila preta. A cabeça é coberta de penas escuras; a parte superior do pescoço, o dorso e as asas, de penas mescladas de escuro e preto. A cauda é um tanto preta, na parte superior; na inferior é manchada de branco; o peito, baixo ventre e parte superior das pernas são mescladas de branco e amarelo e entrecortadas de linhas ou estrias transversais um tanto escuras. As pernas são fuscas, os dedos são dispostos, como de costume, com unhas agudas e pretas.CABURE (termo indígena). Espécie de coruja. Ave do tamanho do tordo. Tem cabeça
História natural do Brasil.
Escrito por Marcgrave, Jorge e publicado por Museu paulista. Imprensa Oficial do Estado