TUIM vulgarmente Perroquet. P rimeira espécie. Do tamanho da andorinha todo verde; cauda muito longa e bico preto adunco. Segunda. Tuim aputejuba. Todo verde claro, mas no ventre a cor é amarelada e, nas asas, verde escuro. A cauda é muito longa, do tamanho da espécie precedente; os olhos são grandes, meio pretos, com um pequeno círculo de penas de cor escura ao redor dos olhos e acima do bico, a qual é preto e adunco com uma mancha grande na cabeça, formada de penas de cor do firmamento. Terceira. TUITIRICA. Um pouco maior do que as de Guiné; de cor verde um pouco mais carregado no dorso e asas e mais claro, nas outras partes o bico é curvo, de cor encarnada; os olhos, pretos; os pés cerúleos; a cauda um pouco mais prolongada, além do limite das asas. Tornam-se muito mansos; tomam o alimento das mãos dos outros; deixam-se segurar e aprendem a falar como os papagaios. Quarta. Do tamanho do estorninho; da mesma cor que a segunda espécie, mas com a cauda mais curta. Quinta. I E N D A Y A. Do tamanho do melro ou do tordo menor, com' o bico e pernas pretas, olhos meio escuros, com uma íris áurea, rodeada de branco; o dorso, as asas, a cauda e o ânus são cobertos de penas verdes com mescla de verde-mar; as extremidades das asas são um pouco pretas; a cabeça, o pescoço e o peito são de cor amarela com mescla de cor de barro, Sexta. TUIETE. Do tamanho da cotovia e da cor verde clara. O princípio das asas é de cor cerúlea; as orlas de todas as penas das asas são cerúleas, de sorte que, estando dobradas, quando a ave se acha em repouso, mostram uma grande mancha cerúlea junto da orla lateral das asas. No dorso até à origem da cauda, há uma mancha cerúlea; a cauda é curta; o bico curvo e de cor encarnada; as pernas e os pés são cinzentos. Sétima. TUIPARA (termo dos tupinambás). Do tamanho da cotovia, de cor verde clara, mas com a cauda mais curta, terminando com as asas o bico é encarnado e as pernas grisalhas. Junto à origem do bico, na fronte, acha-se uma mancha semilunar, vermelha viva com forma de coroa; mas é de cor de barro ou uranici (?) no meio de cada asa. Fazem ninho nas cavidades deixadas pelas formigas, que se encontram nas árvores. Os papagaios e tuins voam em bandos, dois a dois mutuamente. Os bosques se acham repletos deles e por vezes voam quatrocentos e quinhentos ao mesmo tempo, fazendo em grande estrépito. Assentam-se nos altos das árvores; fazem ninhos principalmente nos lugares interiores. A carne é boa, quando assado, principalmente a do perroquet.ARARACANGA (termo indígena). Pagagaio máximo, maior do que nossos corvos. A cabeça é grande, chata e larga na parte superior; os olhos são belos, verdes-gaios com a pupila escura, rodeados externamente de uma membrana branca, que se acha também na parte inferior das máximas e do bico; debaixo dos olhos esta membrana toma uma forma semilunar. O bico é curvo, grande, branco, na parte superior; preto, na inferior; a língua é semelhante à do papagaio, e come do mesmo modo que este. Aprende a emitir algumas palavras.A parte superior do bico mede cerca de três dedos de comprimento e de altura ou largura; os pés e as pernas são pretas como as do papagaio. A cabeça, pescoço, peito ventre, parte superior da perna e a parte inferior da cauda, bem como o início das asas é coberto de elegantes penas vermelhas; a metade das asas se reveste de penas verdes; a extremidade da metade das asas até o fim é ornada de penas cerúleas. A extremidade do dorso, na parte superior; junto do ânus, e a cauda constam de penas céruleas com mescla de um pouco de pardo. A cauda mede cerca de dez dedos de comprimento e se prolonga muito além do limite das asas. 67 ARARAUNA (termo indígena).Na figura é semelhante à precedente, mas difere na cor; o bico é preto; os olhos, verdes
História natural do Brasil.
Escrito por Marcgrave, Jorge e publicado por Museu paulista. Imprensa Oficial do Estado