A cor do caranguejo vivo é vermelha carregada, como costumam ser nossas ameixas maiores, sendo, porém, o vermelho mais carregado no meio do corpo e mais claro nas outras partes; a extremidade dos tentáculos é de cor ruiva com mescla de escuro, como costumam ser nossas cerejas. Conserva sua cor quando cozido.GUAJA MIRIM (termo indígena) pequeno caranguejo que vive nos falsos rios e não excede o tamanho de uma ameixa; sua concha é de forma elíptica, terminando em muitos ângulos na parte anterior. Os olhos são pequenos; os braços são dois, sendo o direito um pouco menor do que o esquerdo; as pernas são oito, consta de quatro articulações e são cobertas de pêlos curtos eriçados; sua cor é ferrugínea; a dos braços e pernas é purpúrea arroxeada; os pêlos das pernas são pálidos; o lado inferior das tenazes é branco. A R A T U P E B A (termo indígena). Caranguejo marítimo da figura de uma maçã. Suas pernas são oito e dois são os bracinhos; os olhos são salientes. O corpo é coberto de uma concha, guarnecida de dentes, na parte anterior, colorida de uma bela maneira, de pontos variados em cor, a saber: vermelho, pardo, verde, cerúleo e branco. No centro, encontra-se uma mancha vermelha quase em forma de pirâmide e de cada lado se acha pintada uma bola vermelha; os olhos são azuis. Este crustáceo é de bom sabor.C I R I APOA (termo indígena). Caranguejo marinho, coberto de uma concha quase em formade elipse guarnecido de dentes na extremidade da parte anterior, terminando de cada lado emângulo agudo, de tamanho medíocre. Seus braços são dois, de tamanho medíocre, guarnecidosde dentes; seis são as pernas e em vez da sétima e oitava, acham-se atrás duas remiges planas com quatro articulações, circundadas de pêlos, de que se serve na natação. Os olhos, bem separados entre si, são pequenos, cilíndricos um tanto grossos, não muito longos e em cada um deles eleva-se um pequeno cirro à semelhança de cabelo. A cor de toda a concha é fusca ou um tanto preta e nela se encontra a figura de um coração e outras de diferentes tonalidades. Os braços são fuscos e as tenazes de um branco azulado. Até o meio, na parte interna, a cor das pernas é mesclada de verde e branco; as metades externas são cerúleas; na extremidade das remiges, a qual é longa, domina a cor cerúlea; nas outras partes domina uma mescla de verde e branco; a parte interior do corpo também é de
História natural do Brasil.
Escrito por Marcgrave, Jorge e publicado por Museu paulista. Imprensa Oficial do Estado