nós). Peixe de corpo longo, de quase igual grossura, em sua extensão, com exceção da parte posterior, onde se vai afinando cada vez mais. Chega a medir no máximo sete pés de comprimento e tem a grossura do corpo humano. A cabeça e a boca são afiladas; os dentes agudos, redondos, colocados em ordem; os olhos, grandes e cristalinos com um círculo argênteo. Oito são as nadadeiras, a saber: uma triangular, depois de cada guelra, estendendo-se lateralmente em linha reta; uma tênue, estreita, quase no começo do dorso; uma triangular, levantada no dorso, depois desta última; debaixo desta, no baixo ventre, uma triangular; duas medíocres triangulares, no baixo ventre, debaixo das situadas atrás das guelras. A cauda, é constituída por uma grande nadadeira, que se estende amplamente com a figura de dois chifres. Das nadadeiras triangulares, quer no dorso, quer no baixo ventre, há uma ordem de pequenas nadadeiras, alongadas até à cauda. Este peixe é coberto de uma pele argêntea, com mescla de um pouco de cerúleo no ventre, e de bastante cerúleo no dorso, de maneira que a cor sobressai. De cada lado, corre uma linha sinuosa traçada por escamas subtilíssimas até à cauda. É de bom sabor. Scomber (termo latino). Consulte-se Gesner. Nota. A verdadeira figura do Scomber apresentada por Gesner, não concorda com a de nosso autor; aproxima-se mais à imagem atum, a qual Gesner diz ter recebido de Veneza. Veja também Aldrovandro (lib. II, cap. 53).COROROROCA (termo indígena). Peixe Serra (em português). Mais corretamente se deve chamar Peixe Sarda. Peixe semelhante ao precedente, na figura do corpo, nadadeiras e cor, com a exceção de que é marchetado pelos lados de muitas manchas fuscas. É um peixe de bom sabor, mas é inferior à Cavalo porque a carne é seca demais. Tem muita habilidade e audácia em evitar a isca lançada pelos pescadores.CAMARIPUGUACU (termo indígena). Peixe de dorso reto, ventre um pouco saliente, gorduroso ao tato e é verdadeiramente tal. A cabeça é afilada pela frente, a boca ampla, pri vada de dentes, podendo ser aberta, em forma de arco, isto é ficando imóvel a mandíbula in ferior e movendo-se só a superior, de sorte que pode conter duas mãos humanas fechadas ou uma cabeça humana. Sua língua é cônica, grossa; a mandíbula superior é mais curta que a inferior de maneira que tem a boca fechada, na parte superior Seus olhos são mais largos que redondos, cristalinos e argênteos; as guelras são amplíssimas. Este peixe chega a medir onze a doze pés de comprimento e tem a grossura de um homem. Sete são suas nadadeiras, a saber: duas laterais não muito distante das guelras, próximas à parte anterior do ventre, longas, triangulares; uma pequena, debaixo de cada uma das precedentes, que dificilmente se pode ver, durante a natação; duas unidas, no baixo ventre, triangulares, mais largas do que as primeiras, porém mais curtas; a estas segue-se em direção à parte posterior, em baixo do corpo, uma nadadeira solitária, triangular, larga, coberta de escamas, que se estende ao princípio da cauda, como um apêndice contínuo, estreito; na outra metade do dorso, em direção à parte posterior, há uma nadadeira levantada, triangular, tendo um apêndice voltado para a parte posterior, levantada, três vezes mais longo, como uma corda grossa. A sétima serve de cauda bifurcada e se estende numa ampla seção. Este peixe é coberto de grandes escamas arredondadas ou em
História natural do Brasil.
Escrito por Marcgrave, Jorge e publicado por Museu paulista. Imprensa Oficial do Estado