dedo e meio, não são opostos mutuamente aos pares, mas sim colocados circularmente, em número de seis, sete ou oito; os folíolos são mutuamente opostos, como nas demais espécies. A cor do tronco é semelhante à da segunda espécie e bem assim a flor; a semente, porém, é encerrada numas silículas pequenas, redondas, ásperas fuscas, das quais muitas se unem em forma de rosa; cada silícula tem três grãos e outros tantos tubérculos. A semente é de cor azeitonada, um pouco mais carregada, redonda e um tanto achatada, um pouco menos do que a lentilha. As silículas espontaneamente se quebram * em tantas partes, quantos são as sementes.
CAPÍTULO XIII Piper candatum ou Nhmdu. Arbutoo anônimo. Outro anônimo. PIPER CANDATUM, Betre (na linguagem de certos portugueses). Nhamdu (termo geral indígena). Subarbusto, semelhante a uma arbúscula, que cresce até três, quatro, cinco, seis pés de altura. Seu caule e lenhoso, redondo, verde, nodoso, dando o aspecto do caule do Solanum. As folhas ficam isoladas, tendo cada uma seu pedículo, que brota junto dos nós; são largas, da figura do coração, como se pinta, o a do arado, tendo no sentido longitudinal muitas veias elegantíssimas em forma de arco. Dos nós procedem muitos "julus" do comprimento de quatro, cinco ou seis dedos, curvos, quase da figura do rabo-do-rato, verdes os quais são colhidos nos meses de outubro e novembro e se tornam pretos, quando se secam ao calor do sol. Contém grânulos redondos, pretos, do tamanho da semente da papoula (Papaver), estreitamente unidos em forma de cacho, de sabor acre, como a excelente pimenta que vem da Índia Oriental.A raiz se divide em várias outras, tênues, fuscas, de forte odor, como o tomilho (Thymus) e um sabor que aperta a língua.As folhas desta planta servem para curar as feridas das pernas; a raiz é maravilhosa contra abcessos. Encontra-se, no Brasil, também uma outra espécie, muito comum, nos bosques do interior, semelhante inteiramente à precedente, com a exceção de ter as folhas muito estreitas e longas e o fruto ou a pimenta é mais longa e melhor, por ser maior. Nota. Fr. Ximenes, tratando das plantas da Nova Espanha assim descreve esta planta: a planta que produz a pimenta longa é chamada Buyo buyo pelos indígenas das Filipinas e Tlatlanquaye ou Acapatli pelos mexicanos (na região destes não é menos comum). Tem esta planta troncos contorcidos à maneira de sarmentos e folhas de pimenta branca, porém mais longas e mais agudas; produz um fruto redondo e oblongo. As folhas são odoríferas, de um sabor acre e picante, quentes e secas no terceiro grau e de partes sutis; o fruto nunca se amadurece perfeitamente de maneira que sirva para sementes; por isso é colhido, quando começa a avermelhar-se e costuma-se expô-lo ao sol para que se torne maduro; depois é conservado para o uso. Quando está seco e verde, serve para se. comer; não nutre mal e dá um bom sabor aos alimentos, contando que não se aproximem do fogo, porque sujeita à ebulição ela perde o sabor e sua força. A casca da raiz pisada e engulida purga facilmente os humores da melancolia; cura feridas envenenadas; aproveita aos nervos enfraquecidos; destrói a flatulência; cura as enfermidades produzidas por causa fria; resolve humores crassos e lentos. Até aqui, na Nova Espanha, foram observadas três espécies desta planta, embora se diga que nas Filipinas se encontrem cinco, das quais nos trouxeram uns râmulos. Na verdade, além do Buyo buyo, do qual já falamos, comemoram outras quatro, das quais a última se chama Buyo samo ou de semi, que embora produza um fruto semelhante, difere contudo na força do odor e nas folhas que são perfuradas e ásperas; de sabor acre e adstringente. Outras duas espécies dizem que difere do Buyo buyo pela pequenez e aspereza das folhas, principalmente, tratando-se da mínima, porque a maior produz flores maiores; aliás muito semelhantes. É dotada de sabor da pimenta preta,