na figura, às folhas da tamoatarana, marcada por um nervo longitudinal e muitas veias oblíquas. As tolhas, na parte da frente, são verdes claras; em baixo, alvejantes; são inteiramente pilosas, dando a sensação de ótima seda, marcada com uma dupla ordem de manchas quadradas grandes; na superfície superior, domina a cor preta; na inferior, a escura. Na sumidade do caule, nascem flores amarelas, com duas folhas papilionáceas, das quais uma é marcada com uma mancha tendo um cornicho, em vez de estame; a flor é inodora.PLANTA (O autor não menciona o nome). Tendo um caule redondo, reto, um pouco piloso, verde, a planta cresce até à altura de três ou quatro pés; traz, em longos pedículos, duas folhas opostas, que são semelhantes às folhas de urtiga, mas um pouco maiores e dentadas, na orla. Junto da origem das folhas, de um e outro lado, se encontram ramos opostos, que possuem também folhas; na sumidade do caule e extremidade dos ramos, são menores. Produz flores reunidas em forma de espiga, muito elegantes, fixadas a pedículo de um dedo de comprido, inclinando-se para baixo, com a figura da mitra (?) Polônica. No extremo do âmbito possuem cinco incisuras; são de cor coccínea e sarapintadas por dentro de uns pontinhos vermelhos carregados; possuem também, no meio, um estame longo, pálido com um ápice liliáceo. A planta com a flor tem o odor do marroio (Marrubium); a respeito da semente não encontrei observação alguma, no autor. OMENAPO YEIMA (termo indígena). É uma espécie de batata; serpeia pela terra com um caule sarmentoso, verde; tem folhas cordiformes ou auriculares, solitárias, com nervo e veias verdes; a raiz cruaé branca; cozida torna-se vermelha; geralmente é redonda. CONVOLVULUS marinho ou Soldanella (erradamente chamada por alguns couve marítima, vide Spigelii Isagogen). De uma raiz macia, longa, não grossa e sim gracil, dotada de umas poucas fibras, de cor escura por fora, por dentro branca e cheia de um leite glutinoso, nascem uns caules, que serpeiam sobre a terra em grande extensão, lançando, por sua vez, raízes de um e outro lado; esses caules são redondos, moles e verdes. Nascem-lhes folhas alternadamente colocadas ou opostas, fixa cada uma a seu pedículo, que mede quatro a cinco dedos de comprido; são de figura arredondada, como o escudo estomacal, de um verde alegre, um tanto grossas, com umas veias oblíquas transversais e um nervo, no meio. De um e outro lado, perto do pedículo das folhas, saem os pecíolos das flores, sustentando três, quatro, cinco e às vezes uma só flor, de figura de Campânula ou de Convolvulus, de cor purpúrea clara, um pouco alvejante na base; no meio nota-se um pequeno estame como acontece em Convolvulus. Na parte interna esta flor representa uma estrela quinquangular, porquanto
História natural do Brasil.
Escrito por Marcgrave, Jorge e publicado por Museu paulista. Imprensa Oficial do Estado