porém mais tenras e com uma cor mais amarelada; resistiam à inclemência do inverno. Recebi sementes importadas do Brasil e algumas vezes as lancei à terra, no próprio ardor do estio; nasceram plantas elegantíssimas, que cresceram até à altura de pé e meio; subiram a um tronco, colocado junto delas; o frio, porém, as matou.PLANTA (familiar ao Brasil; mas o autor não apresenta o nome). Cresce até à altura de quatro ou cinco pés; tem um caule redondo, lenhoso, levemente piloso; na parte superior, se divide em muitos ramos levantados para cima.No caule e em ramos isolados, se acham colocadas folhas estreitas, fixadas a pedículos, de quatro ou cinco dedos de comprimento, semelhantes a folhas de salgueiro e pilosas; os tamanhos são diversos; no cimo da planta, se tornam estreitíssimas e pequenas.Produz flores do tamanho das flores da candelária (Lychnis), de cor branca formadas por cinco folhas, com umas unhas purpúreas no meio, e estames lúteos.Sua raiz não é longa, mas tem muitos rebentos laterais e filamentos. Que raiz produz não encontrei declarado no autor. Encontra-se, no Brasil, uma planta com aparência do amaranto, que alcança a altura de pé e meio ou dois, crescendo com a figura de arbusto; tem um caule lenhoso, cinzento, com muitos raminhos, lenhosos e quase nodosos. Junto de cada nó dos ramos, acha-se um capitelo vermelho de flósculos mínimos, e no mesmo lugar um pedículo do comprimento de cerca de um dedo e vermelho, que sustenta uma folha com a figura da urtiga, muito menor, porém, e de cor verde-pálida.A raiz é esbranquiçada, quase reta, fina, dotada de muitos filamentos.Toda planta é inodora. Que semente produz nosso autor não declara. MANDUBI D'ANGOLA. (NO Congo, se chama Quubaci congo). Vai serpeando longamente sobre a terra com um caulículo tênue, sarmentoso, como o leticu; lança à terra novas fibras e, de um e outro lado, a intervalo de um, dois ou três dedos apresenta pedículos, da altura de três ou quatro dedos, estriados, que sustentam três folhas, dispostas como as do feijão; de cor verde clara, do comprimento de dois dedos e mais, de figura elíptica, correndo no sentido longitudinal, um nervo e veias oblíquas. No mesmo caule, brotam flósculos, em seus pedículos, de cor amarela viva. O caule, como disse, deita muitas fibras, nas quais, debaixo da terra, em figura de rede, do tamanho da avelã ou um pouco maior, nascem uns folículos, cuja substância é igual em espessura à pele da ovelha. Por fora domina a cor terrosa ou da sombra; por dentro, a cor branca viva; cada folículo, no sentido longitudinal, mostra em volta uma espécie de costura, na qual fazendo pressão se divide. Contém cada folículo dois grãos ou um (quando é menor) que lhe ficam aderentes como sementes de ervilhas; são pisiformes e do mesmo tamanho, de cor amarelo-pálida; da mesma consistência da ervilha fresca e do sabor das secas, que se comem. Faz-se o plantio da seguinte maneira: tiram-se os grãos do folículo; colocam-se na terra, na profundidade de um dedo, num amplo intervalo; faz-se freqüentes irrigações (exigem humidade); em breve tempo, brotam os caulí-culos, que depois se multiplicam e dão inúmeros frutos. Combina com o Openauck da Virgínia descritos por João de Laet. Nota. Como nosso autor compara esta planta com o Openauck, julguei conveniente repetir aqui o que disse a este respeito, no lib. III, cap. XXII da descrição da América. Nascem
História natural do Brasil.
Escrito por Marcgrave, Jorge e publicado por Museu paulista. Imprensa Oficial do Estado