História natural do Brasil.

Escrito por Marcgrave, Jorge e publicado por Museu paulista. Imprensa Oficial do Estado

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antes de uma Verônica ou Chamedruos, (") dentada no bordo, de cor verde pálida. Junto de cada par de folíolos, brota um flósculo, como galeado, branco.Depois desta, nasce uma silicula do tamanho e figura de um grão de aveia, que abrindo-se espontaneamente, lança uma semente mínima, redonda, amarela escura, menor do que a semente da papoula mínima.Esta planta não tem odor e é de gosto amargo; socada e fervida nágua são vomitório e purgativo.ERVA CIDREIRA. (termo português). Cresce a uma altura de quatro ou cinco pés; caule estriado, nodoso. Junto de cada nó, nascem dois ramos mutuamente opostos, como também duas folhas opostas, quer no caule, quer nos ramos. Cada folha mede dois ou três dedos de comprimento, acuminada, dentada no bordo, fixa a um pedículo curto. Na sumidade do caule e dos ramos, brota uma espiga de dois ou três dedos de comprimento, tendo flósculos mínimos, de azul claro, bastante mesclado de branco. Toda planta tem um odor ativo e só depois de um ano diminue, embora esteja seca a planta; e mais agradável do que a Melissa misturada com limão.ERVA (O autor não declara o nome, mas apresenta esta imagem). Cresce até à altura de dois pés, procedendo de uma raiz tenra, grisalha. Caule redondo, lanuginoso; nele se encontram desde a parte inferior, duas folhas, justapostas (apposita), do comprimento de um dedo, dentadas no bordo, pilosa dos dois lados, em ambas as superfícies; entrecortadas de nervo e veias oblíquas, semelhantes às folhas de "Hedera" ou "Teucrium"; junto de alguns pares de folhas se acham aderentes pequenos folíolos.O caule, na parte superior, se estende como uma longa cauda de rato e nele se encontram alternadamente (como em Myurus) flores do tamanho de um duplo stufer ("), circuladas, divididas como que em quatro folhas; de um vermelho vivo, da figura das flores do Lychnis; no meio se encontra um pequeno estame alvacento; esta planta não tem odor.TUPAIPI (termo indígena). Cebola albaraa (termo português). Tem um bolbo branco, redondo, do tamanho de nossa maçã, coberta de uma cutícula da cor da sombra; na parte inferior deita muitas raízes, medindo algumas nove ou dez dedos de comprimento. Produz esta cebola duas, três ou quatro folhas, com um pé ou pé e meio de comprimento e quatro dedos na sua maior largura; grossas, suculentas, verde-claras, luzidias, como que entrecortadas no seu comprimento e largura, por umas linhas mais verdes.ERVA (O autor não menciona o nome, mas dá essa imagem). Pululando de uma raiz árida, cresce até à altura de dois pés; aos caules, desde a flor da terra, se acham fixadas flores, que têm a figura e consistência das folhas da orelha-de-rato com uma certa lanugem esbranquiçada em toda sua superfície. Para o ápice do caule, raream-se as folhas e se tornam menores; na ponta se acha uma espiga mole ou pilosa, de côr argêntea griséia, que produz quatro, cinco, seis ou mais flósculos, do tamanho do stufer (?) holandês, formadas por cinco folhas cerúleas. Cada flor representa uma estrela leitosa de cinco ângulos, tendo no meio uns pequenos estames (staminula) brancos; esta planta não tem odor. ABUTILON de Avicenna. Malva (na linguagem popular) emprega-se em lugar daquela. Veja-se Dodoneus.