CAAPOMONGA (termo indígena). Erva do vina (em português). Tem uma raiz do comprimento de quase meio pé, mole, tênue, reta, dotada algumas vezes de outras raízes, crócea exteriormente (quando brota, depois torna-se de cor escura), muito clara internamente, de sabor adocicado. Dela procedem três ou quatro caules, de oito ou nove dedos de comprido, redondos, nodosos, verdes, em parte vermelhos; uns desses caules se alastram pela terra, outros exteriormente (quando brota, depois torna-se de cor escura), muito clara internamente, de sabor adocicado. Dela procedem três ou quatro caules, de oito ou nove dedos de comprido, redondos, nodosos, verdes, em parte vermelhos; uns desses caules se alastram pela terra, outros se levantam. Junto ao nó brotam râmulos, nos quais, por sua vez, junto a nós se afixam juntamente duas, três ou quatro folhas; ou se acham em oposição; estas folhas são de um dedo de comprido, moles, verdes carregadas na parte de cima, encanecidas, na parte de baixo; cada uma dotada de nervos salientes se acha fixa a um pedículo de meio dedo de comprimento. No alto do caule, encontram-se ramos, que contêm pequenos flósculos umbelados, rubro-purpúreos carregados. Por causa da pequenez, não se pode ver sua configuração; empregado, porém, o Megascópio, vê-se que elas são como flores campânulas, dentadas em cima, com dois estames rubro-purpúreos no meio, com a figura que costuma ter a campânula; predominam estes estames um pouco fora do flósculo, por dois ápices. Procedem de um corpúsculo verde, cônico-cilindráceo, que, antes de se abrir, é híspido e espesso, podendo facilmente apegar-se às vestes, por isso os portugueses lhes dão o nome de cárpicos. As florzinhas se acham desenhadas como se pode ver com o auxílio do Megascópio.
História natural do Brasil.
Escrito por Marcgrave, Jorge e publicado por Museu paulista. Imprensa Oficial do Estado