Por fora, quando nova, a cor é do litargírio áureo; por dentro, a cor é amarelada; quando está verde, tem um sabor mais forte do que a seca, trazida da índia, que se estraga com o tempo; a nossa e ótima, (quando e transplantada com o caule e folhas, estas caem e, passados três meses, são geradas novas; por isso só a raiz sem o caule deve ser plantada, pois facilmente cresce. Tive uma ocasião uma fixada à parede, onde germinou até o comprimento de dois dedos. Em fevereiro e março, entreguei-a à terra e prosperamente produziu caule e folhas; aqui é temperada com açúcar em alta escala. Nota. Consulte-se Garzia ab Horto, lib. I, cap. XLI, Aromatum Hist. e o que observou sobre esta planta o doutíssimo Car. Clus. Fr. Ximenes. O que os mexicanos denominam Chilti, os árabes do Oriente, Turcos e Persas denominam Ginzibit, os laboratórios Ginziber. Há duas espécies desta planta, a planta macho e a fêmea. A primeira tem folhas mais ásperas e mais grossas do que a gengibre, porém da mesma figura; tem uma raiz maior e mais grossa, sabor acre e um pouco mais amargo. Emprega-se contra as enfermidades do estômago e intestinos, causados pelo frio, fazendo-se aplicação dela à parte doente, socada e misturada com óleo do coco; é um remédio singular. Serve também contra bebidas venenosas e com o mencionado óleo é aplicado a feridas venenosas, produzindo a cura; é de maior eficácia do que a fêmea. Os indígenas, das Filipinas preparam com esta planta um vinho medicinal. A fêmea é a gengibra comum. E uma erva do comprimento de duas terças partes do braço com raízes cheias de nós e túberos, decussadas, dasquais brotam caules semelhantes à cana, com flores longas e estreitas, semelhantes ao lírio (Lilium), com uns capiteis no ápice, não se diferindo muito do "Staechadi". Nasce em quase todas as províncias da América, onde é semeada e propagada, quer pela semente, quer pela raiz viva; a que nasce espontaneamente é muito ordinária. É cultivada em terra pingue, bem estercada e lavrada, à sombra das árvores; nas terras quentes, em março dividem-se as raízes, em partes do tamanho do polegar que a distância de cinco ou seis dedos são dispostas em profundas covas e cobertas de terra; logo são regadas e em seguida duas vezes, por semana. Logo que saem para fora devem ser limpas e o terreno deve ser sachado, para que não sofram detrimento; as raízes devem ser colhidas todos os anos, quando as folhas se secam, o que se realiza quase no princípio de janeiro. Tira-se a casca, lança-se na salmoura; depois de macerada meia hora ou uma hora expõe-se ao sol, durante esse mesmo tempo; finalmente são guardadas, em lugar coberto, sobre esteiras, até que se tenha secado toda a umidade, se não for necessário expor ao sol uma segunda e terceira vez.ERVA (O autor não menciona o nome). Cresce até à altura de dois ou três pés com um caule lenhoso, redondo; raiz mole, branca, filamentosa. O caule se expande em ramos, que possuem folhas aladas, alternadamente opostas, do comprimento de um, dois ou mais dedos, isto é, cada asa contém doze ou mais pares de folhas verdes, semelhantes às folhas da erva viva junto da base das asas, brota uma flor provida num curto pedículo, lútea, composta de cinco folhas, das quais duas são menores do que as outras; não tem aroma. A seguir vem uma silíquas achatada, do comprimento de dois ou três dedos, contendo a semente, como a erva viva.ERVA (O autor não menciona o nome). Cresce até uma altura de nove ou dez dedos e se expande em muitos ramos corno um arbusto. Produz folhas alternadamente opostas, semelhantes às folhas do (Rosmarinus) alecrim, mas sem aroma; em raminhos superiores, encontram-se flores brancas, pequenas rivais da erva de "Polygonata", dispostas do mesmo modo; a raiz é mole, alvejante.MUCUNA (termo indígena). Caule sarmentoso, muito grosso; sobe às altas árvores e se trança com seus ramos; em cada pedículo do comprimento de três a quatro dedos, se acham[
História natural do Brasil.
Escrito por Marcgrave, Jorge e publicado por Museu paulista. Imprensa Oficial do Estado