História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636.Vol. 38

Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional

Página 333


na sondagem 90 braças, no dia seguinte 60 braças e a latitude de 25°, 40', e no outro dia 40° e 36 braças.No dia 18, pela manhã, avistaram Pan de Matança, oito ou nove léguas ao sul, e, ainda que desejassem passar em frente de Havana, para ver o que havia por lá, acharam que descaíram muito de lá, arrastados pela corrente. Julgaram prudente, portanto, navegar com os navios grandes para a República, pelo canal de Bahama, e mandar somente o yacht Otter e as chalupas Nachtegael ao cabo de Santo Antônio, para navegar pelo sul de Cuba para a Tortuga, situada ao norte de espanhola, e saber lá ao certo o que havia sobre a tomada da ilha de S. Martinho, como lhes fora dito por um prisioneiro espanhol, devendo depois fazer o que conviesse ao serviço da Companhia. A esquadra chegou a Texel, depois de alguma demora, por tempestade e mau tempo, no dia 11 de Novembro.Voltemos agora ao Brasil. Os srs. diretores delegados, julgando certa mente que, para fazer perder o credito em que o governador Albuquerque era tido no país, retirar-lhe a simpatia dos habitantes e levar a estes o desanimo, era necessário não somente trazer por ataques contínuos os soldados em alarma, e por múltiplos danos deixar os habitantes abatidos, mas também fazer o inimigo experimentar mais longe as nossas armas, para que finalmente não soubessem onde nos deviam aguardar, ou para onde se voltarem - resolveram fazer uma expedição ao sul e mandaram para ela os seguintes navios e yachts: Pernambuc, Eendracht (de Dordrecht), Naerden, Vos, Vleer-muys, Weseltjen, Arara, Ceulen, Licht-hart (com uma pequena chalupa a vela) e dois botes grandes; iam embarcados neles 300 mosqueteiros e outros tantos fuzileiros, contando ao todo 600 cabeças, compondo-se das companhias dos srs. delegados, do major Cloppenburgh, dos capitães Gartsman e Picard, e 100 mosqueteiros, tirados de todas as companhias, sob o comando do capitão Wildt-schut. Com esses navios e força, o sr. Jan Gijsselingh e o coronel, com o conselheiro político Servaes Carpentier, fizeram-se à vela no dia 11 de Outubro, e, chegando no dia seguinte à Barra Grande, aí desembarcaram; todavia, não se demoraram, e partiram imediatamente para Porto Calvo, por que souberam que estava ali pronta uma grande partida de açúcar. Chegaram à meia-noite à foz do rio, e mandaram forças para todos os lados em busca de açúcar, como haviam feito antes; quando começaram a aproximar-se do rio, mandaram o major Cloppenburgh com a sua companhia para certo ponto. Encontraram na foz do rio um navio, no qual havia 38 caixas de açúcar, e; avistaram um pouco mais acima do rio uma barca, à qual não podiam chegar, porque não haviam trazido botes, e os do inimigo estavam do outro lado do rio; mas, como não estivesse longe da margem, colocaram alguns soldados ali, afim de impedirem que o inimigo atravessasse para esse lado, para incendiá-la, ou pô-la a pique. Nesse ínterim, chegou o major Cloppenburgh, o qual encontrara um armazém com 43 caixas de açúcar.Como já amanhecera, o sr. Gijsselingh prometeu algumas canecas de