História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636.Vol. 38

Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional

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A oeste do Cabo a costa é baixa, e, cinco léguas mais a oeste, torna-se outra vez alta e montanhosa. No dia 1º de Fevereiro encontrou a latitude de 23°, 20' e o Rio de janeiro estava perto de quatro léguas a oes-noroeste; manteve-se aí de cá para lá. No dia 10 às 12 horas, deparando-se-lhe a latitude de 24°, virou para a costa. No dia 11, estava cm frente ao Rio de Janeiro, e teve, ao meio-dia, a latitude de 23°, 40'; navegou abi de um lado para outro. No dia 20, avistou uma vela e capturou-a; mas, vendo que era um navio vindo de Angola com 300 negros, deixou-o seguir, pois não viu meios de levá-lo consigo. Ficou cruzando ali até ao dia 19 de Março, e voltou então para Pernambuco, aonde chegou bem no dia 29.No mês de Abril, o commandeur Jan Tansz van Hoorn foi mandado para as Índias Ocidentais com os navios Fama, Middelburgh, Gonde-Leeuw, Zutphen, os yachts Otter, Brack, Nachtegael e a chalupa Gijsselingh; nesses navios, além das tripulações, iam 250 soldados.Partiram de Pernambuco no dia 26, duas horas depois do sol. No dia 2 de Maio, a 4º, 40' de latitude sul, foram despachados os yachts Otter e Brack e a chalupa Gijsselingh para o Maranhão, segundo a ordem dada ao commandeur pelos srs. delegados, para ver se estavam ali surtos alguns navios portugueses, e tirá-los do porto, se fosse possível. Os outros navios prosseguiram na sua viagem, e chegaram, no dia 20, à ilha de Barbados, fundeando ao lado de sudoeste, entre duas pontas de terra, que estão uma da outra à distância de um grande tiro de colubrina; ficaram ali até ao dia 27, e compraram dos ingleses vários refrescos. No dia seguinte pela manhã, avistaram a ilha de S. Vicente, e fundearam, depois de meio-dia, na baía de Santo Antônio.No último de Maio, chegaram ali o yacht Brack e a chalupa Gijsselingh, e no dia seguinte o yacht Otter, os quais navegaram ao longo de toda a costa norte do Brasil, até ao Maranhão, onde também estiveram, mas nada haviam conseguido bem naquela costa e não viram nem falaram com pessoa alguma.No dia 3 de Junho, dirigiram-se à ilha Bekia, com o bote para buscar tartarugas; encontraram ali uma boa baía, na qual se pôde entrar pelo lado de oeste, e no lado de leste ha um recite rochoso, a três, quatro, cinco, seis e sete braças; essa ilha é desabitada, mas os selvagens de S. Vicente vão lá plantar batatas, crescendo também muito algodão no mato. Está situada cerca de cinco léguas a sueste de S. Vicente. Avistaram, no dia 15, a ponta leste de Porto-Rico, com duas pequenas ilhotas, que se assemelhavam um tanto a Mona e Monica. mas não eram tão baixas; também a menor estava ao lado do sul enquanto Monica está ao lado norte de Mona. No dia 18, avistaram a extremidade oeste de Porto-Rico, e pouco depois Mona, e, dois dias depois, Savona, e ficaram cruzando ali até ao dia 25. Navegaram depois para a ilha de Vaca, a qual avistaram no dia 28 pela manhã, e chegaram, depois de meio-dia, ao cabo Tiburon; partiram dali no dia seguinte, e avistaram no último de Junho a ilha de Navaza.No dia 5 de Julho, ancoraram junta à pequena Caymão.No dia 7, chegaram o yacht Nachtegael e a chalupa Gijsselingh, que estiveram