História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636.Vol. 38

Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional

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O barbeiro do yacht Ter-Veere (que fora um dos três prisioneiros) referiu que os soldados do inimigo, chegando ao yacht, onde ele se achava com outro na câmara do artilheiro, lhe pediram quartel, o que lhes foi recusado; mostrando então o morrão, ameaçaram pôr fogo à pólvora, de sorte que lhes foi dado e mantido o quartel.O comandante Licht-hart chegou de Itamaracá ao Recife no dia 8, seguindo-o no mesmo dia o Canarie-Voghel, o Ceulen e o Jonglien-Tijger, e no dia seguinte o yacht Tijger. No dia 13, as companhias do major e do capitão Tourlon foram embarcadas no yacht Ter-Veere e Leeuwerck e numa chalupa, para serem transportadas a Itamaracá; e o yacht Ter-Veere teve ordem de ir, depois disso, cruzar diante da Paraíba. 't Wappen van Hoorn foi mandada à Baía e o 't Leenwerek foi encarregado de seguir para lá, a fim de render a tripulação daquele.No dia 17, o ' t Wappen van Hoorn trouxe um navio carregado com 196 caixas de açúcar, vindo do Cabo e caindo por acaso nas mãos dos nossos; havendo-o trazido ao Recife, seguiu para a Baía, levando os portugueses para desembarcá-los na ilha Paesch-avondt (Véspera de 'Páscoa).No dia 19, saiu o yacht Vos para cruzar em frente ao Cabo e o capitão Cornelis Cornelisz. foi mandado no Eenhoorn para a República, com cartas aos XIX, referindo tudo que aqui se passara. Ao mesmo tempo, souberam, por certas cartas interceptadas, que o Conselho das índias em Espanha, cientificado, por um padre irmão de dom Antônio de Albuquerque, governador da Paraíba, de tudo que fora tentado no Arraial pelos nossos sob o comando do coronel Rembach e de que os portugueses correram algum perigo de perdê-lo, havia contratado, para provê-lo de alguma fôrma, dois navios dunkerquezes, nos quais mandara carregar muitas munições e alguma gente, e tanta urgência dera, que eram esperados na Paraíba pelo último deste mês.Para impedir e tomar esses recursos tão importantes, foram mandados no dia 20 os navios Swolle, Overijssel e Canarie-Voghel, reforçados com alguns soldados, para se manterem em frente à Paraíba e atacarem os dois navios na chegada.O Phenix foi mandado juntar-se a essa esquadrilha, depois de fazer uma limpeza a bordo.No dia 27, à tarde, o porta-insignia do tenente-coronel saiu com uma força de cerca de 100 homens; marcharam para o norte do rio Doce, até certo povoado, onde aprisionaram o proprietário do engenho, que havia ali, e mais outras pessoas, e incendiaram o engenho. O inimigo, havendo sabido disso, mandou a toda pressa do Arraial 200 homens, para cortar-lhes a retirada, quando voltassem para o Recife.Mas, sendo descobertos pela sentinela do reduto fora do forte do Bruyn, foi disso avisado o tenente-coronel Bijma, o qual sem tardança saiu com a sua companhia e 40 mosqueteiros do capitão Beyart, para esperar os nossos, que vinham marchando ao longo da praia da cidade.