Janeiro, com o Oost-Cappel, o pequeno Tijger, o Boyer e alguns botes grandes, para cortar lenha perto do canal norte da ilha de Itamaracá, a fim de prover tanto os do Recife como os do forte de Itamaracá, que já começavam a sentir necessidade delia. Havendo-o notado, o inimigo foi para a extremidade norte da ilha, onde se entrincheirou e montou um canhão; mas, vendo que não podia embaraçar os nossos com os seus tiros, abandonou a posição. O inimigo também assentara em certo monte, situado a alguma distância do nosso forte, três canhões de bronze, atirando 16 e 20 libras de ferro, e abriu fogo com eles no dia 25 de Dezembro do ano passado. Mas, vendo que nenhum mal nos causavam com isso, eles mesmos desmancharam a bateria, depois de haver atirado 420 tiros sobre os nossos, dos quais apenas 45 balas acertaram no forte sem fazer dano; pois os nossos altearam daquele lado quatro pés e meio e fizeram algumas travessas, não sabendo o que o inimigo faria depois.O governador Albuquerque mandou espalhar uma circular em francês e inglês pelas circunvizinhanças dos nossos fortes, induzindo os nossos soldados a desertar, oferecendo grandes soldos aos que ficassem servindo com ele, e prometendo mandar nos primeiros navios os que se quisessem repatriar.Os nossos pagaram-lhe na mesma moeda e mandaram igualmente espalhar cartas, tanto nas cercanias do Recife, como nas de Itamaracá.O governador, coronel Wardenburgh (obtendo, a seus instantes pedidos, licença da Assembléia dos XIX), aprontou-se para partir, junto com o tenente-coronel Engelbert Schut, os majores Redinchoven e Berster, o conselheiro político Walbeck e outros oficiais de menor patente. Os soldados, que terminaram o prazo de três anos, também mostravam muito pouca disposição de ficar, e os srs. delegados viram-se embaraçados, mas sempre descobriram um meio de fazê-los demorar. Partiram, entretanto, com o governador e oficiais, uns 500 soldados, numero maior de que podiam dispensar na ocasião; foram-lhes dados para transporte os navios Blauwe Leeuw, Eendracht de Veer, Haringh, a presa S. Pedro e a barca Itamaracá. No dia 1º de Março, voltaram os navios sob o comando do capitão Bijma, dos quais falamos atrás, tendo corrido a expedição da forma seguinte: A nossa gente desembarcou no mesmo rio e marchou por terra até junto do Porto Francês, destruindo e incendiando todas as casas e construções; e seguindo um tanto para o ínterim, incendiaram e arrasaram em caminho três engenhos, assim como outros belos edifícios. Ao regressarem, passaram por Catuamba, onde surpreenderam uma caravela com 120 caixas de açúcar, atacando aos tripulantes ainda mal despertos, e levaram-na até ao mar e daí ao Recife.No dia 2, partiu o yacht Vos, para cruzar em frente a Santo Aleixo.No dia 4, partiu o Fama novamente para a Bahia, e o Zutphen voltou novamente ao porto.No dia 8, partiu para a República o coronel Wardenburgh, juntamente com outros oficiais, e lá ficaram ainda 2.900 soldados: tendo sido embarcados
História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636.Vol. 38
Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional