História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636.Vol. 38

Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional

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dali para a bateria; mas, chegando ao rio, viram que ela se achava do outro lado, de modo que tiveram de atravessá-lo e tomaram o reduto. Havia seis navios inimigos, que deixaram tremular as bandeiras e se mostravam como que desejosos por combater, havendo entre eles uni provido de 10 canhões e outro de quatro. Eram navios ingleses, que atiravam valentemente contra os nossos, de forma que um navio francês, que estava próximo destes, foi tão baleado, que teria de submergir-se, si os nossos não houvessem tapado as brechas em tempo; mas voltando do ínterim os nossos e atacando-os valentemente, os tripulantes fugiram e os navios foram queimados, tanto pelo inimigo, como pelos nossos, excetuando-se o navio francês, donde tiraram 40 pipas de vinho, tendo-se conseguido dos navios e de terra apenas 104 caixas de açúcar. Não distante dali havia um engenho de açúcar, cujo proprietário mandou o filho pedir humildemente aos nossos que poupassem a sua propriedade, prometendo negociar no futuro com os nossos o seu açúcar, porém que agora não tinha nenhum; o que lhe sendo concedido, mandou no dia seguinte muitos refrescos. Daí foram visitando Camaragibe e outros pequenos portos onde destruíram ainda dois navios; de modo que causaram ao inimigo nessa expedição a perda de 13 navios, na maior parte carregados.Voltaram ao porto do Recife no dia 7 de Fevereiro e ter-se-iam demorado por mais tempo, si não fora faltar-lhes no fim o pequeno barco que levava as provisões. No mesmo dia partiu o yacht Eenhoorn, para cruzar nas proximidades do Cabo, e o Bonte-koe chegou da República; assim como no dia 10 entraram o navio Goude Leeuw, de Groninga, trazendo uma barca espanhola, capturada, carregada de vinho e azeite, e o Witte Duyf. O navio Overyssel e o barco Sandyck e Oost-Cappel fizeram-se à vela à tarde, para cruzarem em Rio Formoso e mais ao sul. E, no dia 12, saíram o yacht Naerden, para cruzar no sul, e o novo Tijger, ao norte.No dia 13, voltou o Swol, havendo cruzado perto de Camaragibe, em cuja vizinhança dera combate a um navio espanhol de grande porte, com 28 canhões e numerosa tripulação. Descarregaram-lhe os nossos por cinco vezes todos os canhões de um bordo e tê-los-iam capturado, se não fora perderem, por um tiro desastrado, todo o cordame e mastro de mesena.No dia 19, chegou o yacht Itamaracá, com um navio capturado, carregado com 223 caixas de açúcar e alguns quintais de pau-brasil.No dia 22, embarcaram-se as companhias do capitão Bijma, Everwijn e Rinkingh, nos navios Swol, de Brack e de Vos, navegando depois para o norte. Descreveremos mais tarde os seus feitos. No mesmo dia, chegou da República o Vyge-Boom. No dia 23, entrou no porto o barco Spieringh, com uma caravela capturada, carregada com cerca de 200 pipas de vinho e gêneros secos, a qual foi apressada junto à Paraíba.No dia 25, partiram novamente o Phoenix e o Spieringh para os seus postos antigos.No dia 28, chegaram, a chamado, o Fama e o Muyden, de cuja expedição ainda falaremos. O commandeur Jan Mast fora mandado, desde o dia 9 de