No dia 27 a cerca de 10 horas antes do meio dia começaram a ver a ilha de S. João de Porto Rico, cuja ponta ocidental, segundo seu cálculo, estava a 10 léguas ao norte quarta a noroeste, e ao meio dia obtiveram a latitude de 7 graus. Navegaram até a tarde para o norte e colheram todas as velas de traquete e de artimão para o norte afim de evitar o recife: à noite, ao acabar o primeiro quarto, viram a terra bem distintamente e tomaram então o rumo do sul e colheram a vela do traquete para que ficassem bem garantidos contra o recife, pois o mesmo se estende por três léguas no mar. No dia 28 foram incorporados à esquadra em Mona o Wite Leeuw, o Griffoen, o Wite Swaen e o Sfaera Mundi de Dordrecht, o último dos quais se juntara aos outros depois da partida do comandeur. Passou-se este último outra vez para o Wite Leeuw e os soldados foram reconduzidos para os navios em que estavam antes.Mantiveram-se ainda ali cruzando dois dias e no último dia do mesmo mês tomaram o rumo para oeste e ao meio dia avistaram Saone a cerca de 4 léguas ao norte quarta de nordeste. No dia 1º de Fevereiro pela tarde viram a ilha Beata com os rochedos adjacentes. No dia 4 pela manhã começaram a avistar a ilha de Vacca e ancoraram à tarde na ponta ocidental da mesma a quatro e meia braças d'água; apanharam alguns animais de que precisavam e foram depois fundear por traz da mesma junto à grande ilha Espanhola, onde se abasteceram d'água e lenha e obtiveram grande quantidade de pequenos limões para refresco da gente.0 comandeur dirigiu-se no dia 11 a todos os navios e tomou conhecimento dos víveres que ainda restavam e achou que calculando uns pelos outros a esquadra tinha ainda provisão para quatro meses. Nas instruções que lhe deram os Srs. Diretores foi também indicada a cidade de Santa Marta, situada no continente da América entre o Rio de la Hacha e Cartagena, o que fizeram por várias razões, que propositalmente ocultamos, mas especialmente porque lhes cairá nas mãos certa carta de Dom Jeronymo de Quero, governador da mesma praça, escrita ao rei da Espanha à 22 de Julho do ano de 1626, carta era que ele expunha claramente a situação da praça e dava a conhecer as suas necessidades.A carta traduzida do espanhol dizia o seguinte:Esta costa do mar se estende de oeste para leste, tendo o mar ao norte e terra ao sul. O porto é uma baia com a forma de uma meia lua. Para o lado de leste a ponta termina num rochedo quebrado, chamado Taganga, e para o lado de oeste há outro semelhante, chamado Lipar, e um dista do outro uma meia légua espanhola escassa. No meio está situada uma ilhota, à qual chamam El Morro, de forma redonda, constituída de rochedos quebrados e absolutamente inacessível. Essa ilhota serve de proteção ao porto, podendo os navios ancorar aí livres da agitação do mar. Na ponta leste, Taganga, está situado sobre um rochedo um pequeno reduto, que serve de posto de vigia e onde fazem guarda dia e noite três soldados, os quais, avistando algumas velas no mar, dão logo aviso aos da cidade com um tiro de arcabuz de ferro e de forquilha, que é lá mantido para
História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636. Vol 33
Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional