e em seguida os que aparecessem nas costas das Índias Ocidentais e depois escoltar com toda a diligencia para a Espanha as esquadras da Terra Firme, Honduras e Nova Espania. Aos 23 do mesmo mês a armada deu combate a 8 navios holandeses, que estavam a sotavento, mas como os mesmos navegavam muito bem e estavam extraordinariamente armados, deixou-os ir embora," após forte canhoneio de ambas as partes. No dia 16 de Setembro Dom Frederico apoderou-se das ilhas Nieves e S. Christovam com 8 navios que estavam no porto o fez 2.200 prisioneiros tanto franceses. como ingleses e irlandesas, dos quais mandou para a Inglaterra 1.367 em 6 navios, e 833 ingleses e irlandeses, que eram católicos, tomou a seu serviço e distribuiu-os pela esquadra. Apossaram-se nessas duas ilhas de 29 canhões, 12 pedreiros mais de 1.300 mosquetes. uma boa quantidade de tabaco, outras mercadorias e alguns negros, que repartiram pelos navios. Prosseguindo na sua rota. chegaram com boa viagem a Cartagena, onde foram recebidos com grande regozijo. Inspecionado os navios, encontraram avariada a maior parte dos viveres, os barris de vinho esvaziados. a bolacha mofada, a carne e panos estragados, pelo que se seguiram grande carestia e falta de gêneros. Dom Frederico prometera, para tranqüilizar os soldados, dar-lhes uma indenização em dinheiro, mas nada lhes dera ainda. Mandou 5 galeões buscar a prata de Porto Belo e 3 a Nova Espania para comboiar a esquadra para Havana. Segundo a opinião do autor da carta, deviam partir daí no último de Fevereiro, de sorte que só em Maio poderiam partir de Havana. Diz a outra carta escrita do mesmo lugar no dia 16 de Janeiro: Aqui nada fizemos e não sabemos quando partiremos. Dizem que nos faremos á vela em Março para Havana. Nesta cidade ha grande falta de viveres, com os quais se gastam por mês uns 90 mil reais de oito, o restante podendo apenas servir para manter a armada, reparar os navios e comprar novos viveres e assim consumirão depressa todos os bens do rei. Só em Junho ou Julho poderão partir de Havana e não será de estranhar que fiquem ali até chegar a segunda esquadra. Chegou hoje de dia uma fragata da Nova Espania e conta que se perdeu o navio do capitão Juan de Uguarte, com a carga, no porto de S. Juan de Lua e que os outros navios devem ter lido muito que fazer com os fortes ventos do norte, de sorte que é preciso calafeta-los de novo e provê-los, o que consumirá tudo. O inimigo partiu do golfo da Nova Espania em Novembro do ano passado e teria resolvido navegar para o Cabo Sto. Antônio, se tivesse a certeza de poder fazê-lo, mas já havia feito muito em expulsar de S. Christovam uns quatro gatos sem armas e por isso veio para aqui.De Lima escreve outra pessoa no último de Maio deste ano o seguinte: A desastrosa perda da esquadra da Nova Espania produziu aqui tal desanimo e consternação, que olhar para este país é bastante para causar aflição, tendo-nos sobrevindo desde então todas as espécies de miséria.Uma carta escrita de Havana em 14 de Fevereiro de 1630 ao General de la Raspura diz: Achamos ser da maior conveniência para Dom Frederico partir agora com a sua esquadra para a Espanha e ele próprio é
História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636. Vol 33
Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional