História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636. Vol 33

Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional

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Deixamos no ano passado o Almiranta Adriaen Jansz Pater e o Vice-almiranta Martim Tijsz, com a esquadra sob o seu comando, em S Vicente, uma das ilhas de Cabo Verde. Agora vamos continuar a descrição da sua viagem dali em diante.Fez-se á vela com a esquadra no dia 1 de Janeiro deste ano; mas os navios Deventer , Edam e Rave foram mandados juntos á outra parte com certas instruções e separaram-se no dia 12 na latitude de 5° 6' ao norte do equador, sob o comando de Marten Gerritsz. Landtreede. No dia 21 atravessaram a linha equinocial e no dia 2 de Fevereiro avistaram a costa do Brasil na distância de três léguas e a pouco mais ou menos 12 ou 14 léguas ao norte da Baia de Todos os Santos. Ainda que não pudesse saber ao certo a situação da Baia ou o número de navios lá fundeados, resolveu no em tanto o almiranta, entrar no porto e procurar fazer o maior dano ao inimigo e trazer alguns despojos para a Companhia. Para esse fim distribuiu a esquadra em três divisões: da 1a faziam parto a almiranta , 't Hart e de Haen ; da 2ª Zelândia e Pegasus ; da 3ª Zutpen e Rotterdam . Deu-lhes ordem para navegarem bem unidas e quando preciso prestarem imediato auxilio. No dia seguinte descortinaram a Baia e seguiram para lá, lançando ferro ao meio dia cerca de uma légua da cidade de S. Salvador. Viram que não havia ali mais de seis ou sete barcas vazias fundeadas próximo aos cães o muito perto da cidade e dos fortes, pelo que julgaram inconveniente e não valer a pena arriscar a gente e os navios para ir buscá-las. Acharam de melhor aviso partir dali na primeira ocasião para os outros lugares que os Diretores haviam indicado. Partiram, portanto, no dia 4 sem fazer ou sofrer dano algum e puseram-se a caminho para a Capitania de Pernambuco,