História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636. Vol 33

Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional

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ir buscá-la. No dia 19 surgiu ali o Roode Leeuw o qual partindo no dia 6 de Março de Mosa para se apresentar a sua divisão, navegou pela costa do Brasil e deu caça a alguns navios inimigos, mas não capturou nenhum; depois que a gente se refrescou e, que os navios se acharam limpos se abasteceram de água e de lenha, o Comandeur partiu dali com o seu navio Geele Sonne e com Graef Ernest , t'Wapen van Hoorn , Roode Leeuv , Swaen , Duyfken e uma grande chalupa à vela.No dia 6 de Outubro avistaram uma vela estrangeira, que depois de lhe darem caça por algum tempo foi capturada pela chalupa da sota-almiranta era uma caravela carregada com 100 pipas de vinho, vinda da Madeira e destinada a Pernambuco. No dia 11 atravessaram o Equador no dia 28 avistaram a costa do Brasil na vizinhança de Pernambuco na latitude de sete graus o meio. Mantendo-se na circunvizinhança um pouco distante de terra para que não fossem vistos, avistaram no último dia de Outubro 6 velas estrangeiras às quais deram violenta caça; uma foi capturada um pouco antes do por do sol. Estava carregada com 406 caixas de açúcar, 130 quintais de pau-brasil e um pouco de tabaco. Vinha do porto de Pernambuco. A almiranta da esquadra, que era o pequeno galeão chegado de Goa, navegou com a vice-almiranta e mais outros dois para o sul. A sota-almiranta, dos nossos com a vice-almiranta e o Roode Leeuw seguiram-nos do perto, assim como a almiranta, que estava uma boa distância a sotavento, e o Duyfken perseguiu a sota-almiranta portuguesa que fugiu para o norte, capturando-a antes do por do sol. Era, um palhabote, carregado com 330 caixas de açúcar, 130 quintais de pau-brasil e seis caixas de tabaco. Depois fizeram o possível para se reunir aos outros navios. A sota-almiranta dos nossos, em vez de atacar outro navio, abordara nesse ínterim a almiranta portuguesa, o galeãozinho, julgando ter de subjugar pouca gente, mas acharam tudo diferente do que imaginaram, pois os de Pernambuco lhe deram a guarnição de 70 homens, que fizeram valente resistência, e a nossa gente teve de se afastar e de os fatigar por bombardeio. Houve então renhido fogo de parte a parte com mosquetes e canhões, entrando também a nossa vice-almiranta na ação. A gente da sota-almiranta deu três vezes abordagem, mas foi sempre repelida. Finalmente quando puseram abaixo o mastro grande e o de mesena e apareceu incêndio a bordo, os portugueses desanimaram e renderam-se em boas condições. Os nossos tomaram posse da presa, apagaram o fogo e seguiram com ela para o cabo de Sto. Agostinho, onde fundearam junto a almiranta. Pouco depois chegou o Duyfken com as suas presas. No dia seguinte a vice-almiranta dos nossos capturou a vice-almiranta portuguesa, que era um navio de popa quadrada, com 12 colubrinas, carregada de açúcar e tabaco.A sota-almiranta capturou mais um navio português, carregado com 270 caixas de açúcar e levou-o para junto da nossa almiranta no Cabo acima citado. No dia 2 de Novembro o almiranta com os outros navios da sua esquadra e com as presas partiu para a pequena ilha de Sto. Aleixo, Aí sendo desembarcados todos os portugueses, exceto os capitães e pilotos.A nossa sota-almiranta perdera no combate dois mortos e 11 feridos, No