vendo que onze navios ali estavam ao abrigo dos castelos, não achou prudente tentar cousa alguma ou deter-se por mais tempo. Deu volta para o sul, e encontrou o Dolphijn, com o qual foi ter ao rio das Contas para se bem prover de água, por andarem mui faltos dela os iates. Daqui partiu a 27, e ao outro dia foi outra vez nas paragens da Bahia, e andou pairando fora da vista de terra. Na entrada de Maio era em altura de 9° 17' Ao outro dia houve vista de uma vela, e deu-lhe caça sem detença: os Portugueses, dando fé dos nossos, correram contra a costa e como acalmasse o tempo foram tripulados os nossos bateis, e se enviaram a dita vela, e, sendo junto dela, a encontraram encalhada e abandonada dos seus tripulantes, mas pelo embate e arrebentacão do mar a não puderam safar. Depois de tirarem alguns pequenos vasos com óleo e panos, os nosso abriram um grande buraco quadrado, por onde se precipitou a água, e se fez a dita vela em pedaços. A 4 foi o Commandeur nas paragens do cabo de Santo Agostinho, e ao outro dia diante de Pernambuco. Pela tarde viu uma vela diante de si, a que logo deu caça: por noite, depois de quatro ou cinco relógios do quarto de modorra, o W indt-Hondt foi com ela e com alguns tiros a rendeu. Ao porém os do Windt-Hondt o seu batel ao mar, os Portugueses largaram o pano com tenção de se escapar, mas atravessou-se-lhes diante o iate Trouwe, e a tomou. Era uma caravela procedente da ilha da Madeira, e demandava Pernambuco; continha cento e oitenta pipas de vinho, e por estar mui carregada os nossos vazaram algumas sessenta pipas. Meteram nela vinte e quatro homens, tirados de todos os navios. O Commandeur a conservou em sua companhia e por vezes tirou dela algumas pipas. Achando-se algum tanto impelido para o norte, a 9 caminhou para o sul afim de ir ter diante de Pernambuco. Ao meio-dia do outro dia foi em altura de 6° 40'. Neste dia se juntou com ele o Windt-Hondt. A 12 houve vista de uma vela, os nossos foram atrás dela com empenho, e depois de uma curta briga a renderam; era um navio procedente de Pernambuco com carga de quinhentas e cinqüenta caixas de açúcar, e alguns couros secos. O capitão do Windt-Hondt pôs nela dezessete dos seus homens, e a mandou para a Republica. O Commandeur Sickes a 17 tornou a ser diante de Pernambuco, e deu fundo três léguas ao sul do porto. Pairou por ali; a 19 juntaram-se com ele o W indt-Hondt e os outros iates. A 21, logo que foi manhã, avistou cinco velas, que de mar em fora vinham contra ele, e supondo ser o bispo, que os Portugueses esperavam todos os dias de Portugal, levou ancora e se apercebeu para o combate, mas; em se acercando delas, viu serem navios da Companhia, a saber, o Leeuwe de Zelândia, capitão Jacob Bartsz., Stadt en-Landen de Groninga, capitão Hendrick Cornelisz. Reus, o Bruyn-Visch, capitão Joachim Gijsen, o Brack de Zelândia, capitão Jacob Adriaensz. Tant, com uma presa, que ele fizera: carregada de farinha e algumas poucas mercadorias. Esta presa havia sido tripulada e artilhada com duas colubrinas. O W indt-Hondt. o Trouwe e o Brack foram mandados a S. Aleixo para desembarcar os prisioneiros portugueses. A 24 avistaram os nossos uma vela que perseguiram: aproximaram-se dela, mas, como caíram em bonança, não puderam os navios prosseguir, e lançaram-se os bateis ao mar; refrescou porém
História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636.Vol. 30
Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional