História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636.Vol. 30

Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional

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iate Vos, cujo capitão, comparecendo a bordo da almiranta, referiu que, segundo a ordem que recebera, havia procurado e indagado do general por toda a parte, mas que até então nem o topara, nem colhera nova segura dele, ficando assim o almirante duvidoso sobre o que lhe cumpria fazer, mas, para em todo o caso segurar o general, assentou de ir-se sem detença pela derrota do oeste.Prosseguindo em sua viagem de longo da costa meridional de Hispaniola, sem tomar terra em parte alguma, a 28 foi ver Navaza, que é uma ilhazinha baixa e fresca de arvoredo: tinha ao meio-dia a altura de 18o 24' No fim deste mês mandou que os navios andassem algum tanto espalhados, para melhor vigiarem os navios contrários, e que se tornassem a juntar aos dias de Agosto nas paragens das ilhas Caymões. O iate Vos, que anteriormente fora mandado a percorrer as costas setentrionais da ilha Jamaica, a 29 chegou junto do remate nordeste de dita ilha; à noite o capitão colheu as velas, e se deixou flutuar; largou de novo o pano pela manhã, isto para que não passasse sítio algum sem o observar. Ao outro dia o capitão viu uma abra, que lhe pareceu ser um rio: este, segundo seu calculo, demora obra de três léguas ao oeste da ponta nordeste. Mandou para lá uma chalupa, cuja gente observou que na entrada tem somente três e quatro pés de água: não viram pessoa alguma, mas uma porção de gado às soltas. Sobre a noite deste dia era o Vos distanciado quatorze léguas da ponta nordeste. Ao seguinte dia o capitão encontrou uma baía, onde se metem alguns ribeiros, que, conquanto mui estreitos, não lhe pareceram todavia impróprios para entrarem por eles navios levados a toa, mormente um, cujas águas são sofrivelmente doces, e parecem vir muito do interior da terra; viu muitos porcos, mas nenhum homem. Na entrada de Agosto continuou sua viagem de longo da costa; esteve em três baiazinhas, mas nelas, assim como nos sítios anteriores, só encontrou o deserto. Ao outro dia, tendo percorrido o resto da costa até ao remate noroeste, sem ter encontrado cousa digna de menção, se fez na volta dos Caymães, onde a 3 se juntou de novamente toda a frota. Ali foram despedidos os iates Sparwer e David em demanda da ilha Verde, que demoraria pelos 15 gr. e meio.A frota seguiu de longo dos Caymães. A 7 o almirante houve vista da ilha de Pinos, sita sobre a costa meridional da de Cuba. Ao outro dia o cabo Corrienes era ao noroeste quarta ao oeste consigo em distancia de oito ou nove léguas. O almirante mandou içar uma flâmula ao mastaréu de velacho, sinal aos navios para se limparem o melhor que pudessem, por estar mui bom o tempo. Tendo navegado na antemanhã de 9 sete ou oito léguas pela derrota do noroeste quarta a este, estava a frota acercada das terras delgadas do dito Cabo, e o tinha ao norte quarta a nordeste, e por não ser vista de terra, navegou ao rumo do sudoeste. Ao seguinte dia avistou uma vela estrangeira, a que logo deu caça; foi tomada a dita vela pelo vice-almirante, e a 11 levada à frota: era um iatezinho espanhol com carga de duzentos e trinta couros e obra de oito mil libras de salsaparrilha, vinha do golfo de Honduras, e demandava Havana. Os prisioneiros deram nova que dois