navegar pelo meio do canal em altura de 23 gr. e meio. A 13 era a frota junto do porto de Cabanas. Mencionaremos aqui de passagem o que encontramos escrito no diário de Jan Jaspersz, de Laet dos portos e surgidouros, que há nestas partes da ilha de Cuba, passado o cabo de Santo Antão, os quais são os seguintes: primeiramente encontrareis o rio dos Porcos, obra de vinte léguas a leste do dito cabo; depois a baía Honda, cinco léguas a leste do rio de Porcos, nela surge-se por trás de um arrecife em quatro, cinco, seis e mais braças de água, como se queira ; segue-se três léguas a leste da baía Honda o porto de Cabanas, e três léguas mais para leste o porto Marien, os quais três portos são bons para navios grossos de quinhentos e seiscentos tonéis, mas Cabanas e Marien são os principais. Três léguas a leste de Marien há o porto chamado Baracoa, que só serve para barcos e navios pequenos; segue-se Havana, distante três léguas de Baracoa; oito a leste de Havana há o porto chamado de Arcoco, que serve para navios de tamanho arrazoado, e seis léguas a leste deste fica a baía de Matanças.A 14 o general entrou no porto de Cabanas com cinco bateis bem tripulados, e encontrou em uma ilhazinha pegada com a terra um navio havia pouco construído, que estava quase de todo proto com sua mastreação, estais e massame, do porte pouco mais ou menos de cem lastos, e na ilha muitas taboas, aprestos para outro navio e instrumentos de carpinteiro, bem como alguns mantimentos. Entraram todos os navios neste porto. A dita ilhazinha foi ocupada por uma boa força; há nela tal abundancia de mosquitos, e são tão cruéis em suas ferroadas, que não há descansar durante a noite. A 16 o general saiu em terra com alguns setecentos homens à banda oriental da baía; encontrou um caminho trilhado, mas assim estreito que não podiam caminhar emparelhados mais de dois homens. Tendo caminhado uma hora, e passado por um regato de uma bonita água corrente, foi ter a um curral (lugar onde se guarda o gado), e não encontrou os moradores, que, avisados pelos cães, se puseram em salvo. Os nossos houveram aqui as mãos cinqüenta porcos, oito novilhos cevados e muito toucinho defumado, e bem assim vinte mil laranjas, alguns mil limões, bananas e outros refrescos. Depois de descansarem um pouco e deitarem fogo ao lugar, se tornaram a por a caminho com o seu esbulho, mas foram molestados por tão fortes aguaceiros, que passaram trabalhos por muito tempo, primeiro que fossem ter aos bateis. Neste entretanto o capitão do Goode Sonne saíra ao mar em sua chalupa em demanda de uma vela, que vira ao largo, e a trouxe: era um barcozinho com cinco espanhóis, e cento e vinte tartarugas vivas. O general mandou esbulhar o navio novo, de que falamos, de sua mastreação e tudo o mais que podia ser utilizado, e em seguida pôr-lhe fogo. A 17 foi levado ao porto mais um naviozinho espanhol, que o Nieuw-Nederlandt e Lucifer tomaram diante de Havana, carregado somente de peças arqueadas e outras madeiras para construção de navio; também foi queimado. O Draeck e West-cappel tiveram ordem de sair para cruzar, e não longe de Havana tomaram um barco vindo de Campeche, que não continha digno de menção senão mil e duzentas galinhas, uma caixa com cochonilha, cem piastras e alguns volumes
História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636.Vol. 30
Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional