História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636.Vol. 30

LIVRO1626O ano passado deixamos o general Boudewijn Hendricksz., junto de Mona, deliberado a entrar na baía de S. Francisco, que fica no remate ocidental da ilha de S. Juan de Porto Rico. Quando veio aos 2 dias do mês de Janeiro deste ano, deu fundo com os navios de sua conserva diante do rio, onde pretendia fazer aguada. Neste mesmo dia mandou que desembarcassem duzentos homens, entre soldados e marinheiros, em uma formosa e grande baía arenosa, e deu também suas ordens para o concerto dos navios. Para proteger os carregadores de água foi posto diante do rio o Goude Sonne . Ao seguinte dia os nossos entraram pela terra, mas não encontraram casas nem gente, e sobre a noite sobreveio um aguaceiro que os forçou a acampar em um monte, onde divididos em quatro partidas pernoitaram ao relento. O capitão do Goode Sonne, que estava em terra com trinta homens para vigiar os espanhóis, foi em auxilio dos bateis, que por fazerem água grossa mal se podiam manter boiantes. Neste entretanto os Espanhóis, que andavam escondidos nas adjacências, sobre a noite surpreenderam no rio um dos nossos bateis, e mataram doze dos nossos homens, escapando três a nado. À gente que pousara no monte, ao dia tornou à sua viagem, e foi ter a uma casa rodeada de cabanas e currais para gado. Mataram e comeram alguns porcos, e em partindo dali puseram fogo às habitações, e levaram uma porção de porcos e dois cavalos carregados de couros. Ao outro dia os nossos seguiram para o porto de S. Francisco no iate West-Cappel, S. Domingo nome dado ao naviozinho tomado) e a chalupa grande, fazendo tenção de desembarcarem em dito porto e entrarem pelo sertão; mas, sendo ali chegados, encontraram tão pouca água, que os bateis não puderam tomar terra. Viram cinqüenta ou sessenta espanhóis a cavalo, que tangiam o gado para o sertão. Voltou pois a nossa gente aos navios sem haver feito cousa alguma. O general mandou