doce. Altura 14° e 45' à banda do sul. A 15 o commandeur tornou à sua viagem, correndo a costa ao rumo do nordeste e nornordeste. Encontrou uma enseada grande, onde não pôde tomar sonda junto da costa; altura 13° 36'. Tendo-se metido muito por esta enseada, sem encontrar fundo, seguiu de longo da costa ao rumo do norte, em demanda de outra baía. A terra é nesta parte bastante alta e negra. Depois de navegar cousa de cinco léguas, à tarde chegou a unia ponta negra e inclinada. em face da qual ha dois parceis, e depois a outras duas pontas, mas sem dar com fundo, e por isso força foi estar à capa durante a noite. Ao meio-dia do seguinte dia altura 13 º 8'. A' tarde acercou-se de outra ponta baixa, que deita muitos parceis; montou-a à bolina, entrou em uma mui formosa baía, surgiu em quinze braças, fundo ele areia, em distancia de um tiro de peça de terra, à qual baleia deu nome Schoone Baye ( B aía Formosa). Ao outro dia puxaram para terra o barco para ser concertado, por estar de água aberta, e pescaram bonitos peixes. A gente da terra lançou-a-se a monte, pelo que os nossos não puderam vir a fala com os moradores. Proveram-se de água e lenha. A 27, avistada uma vela estrangeira, foram em seu encalço o Bruyn-Visch e o barco. A 30 apareceu outra vela, lançaram-se a ela o Commandeur e o Thonijn, mas a não alcançaram. Ao outro dia voltou o Bruyn-Virsch; também não tomara a vela, e apartara-se do barco. Seguiram juntamente para a costa. A 2 de Maio altura de 12º 13'. Ouviram um tiro de canhão, mas não deram fé de navio algum. Depois do meio-dia o Commandeur chegou a uma ponta baixa em rampa, onde supunha encontrar a baía das Vacas. Ao sul havia uma ponta baixa em face daquela outra; que sabe ao mar obra de três léguas, e entre elas demora uma baiazinha verdejante, cujas pontas são baixas ; ao norte a costa é levantada e escarpada. Seguiu o Commandeur para a ponta, e delia aproximou-se até ás seis braças, fundo de boa tença, na qual ponta ha um espécie de sombreiro, por onde é fácil de conhecer. Montada a ponta, entrou em espaçosa baía, que à banda oriental tem terras baixas com arvores verdejantes, e viu um povoado de casas altas e bonitas, em frente do qual surgiu em três braças, fundo de boa tença. Ao outro dia, mandou um batel à terra para saber que espécie de gente Ali morava. Uma hora depois tornou o batel, trazendo um alferes português, enviado pelo capitão da povoação; para o citei to de nos assegurar que queria ter trato amigável conosco. O alferes contou que, tempos atrás, o rei de Espanha mandara a este lugar um governador; mas o capitão, ajudado dos seus soldados, que fariam número de setenta, lançara mão dele, pois os tratava tiranicamente, e o remetera, pouco mais ou menos oito meses atrás, para Loanda. Queixou-se de que, em todo o tempo que ali se achavam; não haviam recebido os seus soldos, e por isso buscavam modo de retirar-se, havia em terra quatro trincheiras, cada uma com três ou quatro peças. Foram eles que deram o tiro, ele que atrás se falou, quando avistaram os nossos navios, supondo que era o Governador, que vinha tomar emenda de seu levantamento. Contou mais que algumas pessoas fizeram crer ao rei de Espanha que nas cercanias deste lugar havia uma rica mina de cobre, e que tal era a razão de nele se haver posto
História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636.Vol. 30
Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional