de alto; mas foram por muito tempo retidas nos portos, por lhes não servirem os ventos, como diremos ao diante. Somente o Windt-hondt, mandado com antecedência a avisar aos da Bahia dos aprestos, que se fizeram na Republica por segurá-los, fez-se ao mar a 24 do Outubro.A 22 de Novembro este iate era em altura de 5º ao norte da linha. Ao seguinte dia viram uma vela, que tomaram sobre a noite; era um barco português com carga de farinha, bolacha, sal, e algumas mercadorias. A 8 de Dezembro o Windt-Hondt entrou na Bahia. A 26 do mesmo mês aí entrara também o navio S. Jacob com outro, que tomara, procedente de S. Thomé, carregado de açúcar e uma porção de dentes de elefante.Temos escrito bastante do que este ano se fez na Bahia de Todos os Santos, e em suas águas; passaremos agora a dar razão do que sucedeu em outros lugares, e começaremos pela expedição do bravo Pieter Schouten, de cuja viagem faremos relação circunstanciada, tendo à vista o Diário escrito por ele mesmo.Este Commandeur foi enviado pela Câmara de Zelândia às Índias Ocidentais com os seguintes navios: Hoope, duzentos e vinte lastos, quatro peças de bronze, dezesseis de ferro, oito pedreiros, cento e trinta homens, treze aprendizes, capitão Willem Jacobsz; o navio Eenrlracht, cento e cinqüenta lastos, quatorze colubrinas, noventa e cinco homens, capitão Hillebrandt Jansz.: e o iate Trouwe sessenta lastos, oito colubrinas, vinte e quatro homens, capitão Hendrick Worst. O Commandeur Pieter Schouten a 26 de Janeiro largou de Zelândia com estes navios; e levou tão boa carreira, que, ao romper do dia 15 de Março, houve vista da ilha Barbadas, obra de sete léguas ao sul quarta a sudoeste consigo, a qual ilha, está situada aos 13° de lat. sept. Governou ao oesnoroeste e nordeste quarta a oeste; antes do meio-dia avistou Santa Luzia (que primeiramente se mostra com dois altos montes quais o maior é o mais meridional) ao oeste quarta a noroeste consigo. Calculou demorar esta ilha apartada da Grã Canária novecentas e trinta e quatro léguas. Como o Trouwe se havia desgarrado, dirigiu-se o Commandeurr para a dita ilha, onde esperava encontrá-lo. Sobre a noite fez o caminho do norte para Matinino (Martinica), que está apartada de Santa Luzia obra de seis léguas, e pairou toda a noite. A seguinte manhã navegou acercado da ponta sudeste de Santa Luzia, e por volta do meio-dia deu fundo em cinco braças, cm uma baia grande e funda. O fundo desta baia é sujo, e deve-se ter cautela ao surgirem os navios. À tarde vieram a bordo alguns selvagens, que disseram não ter noticia de navios espanhóis, com que ele resolveu seguir no Trouwe para Guadalupe, assim para haver nova dos navios espanhóis, como para somar algumas peças de artilharia de um navio espanhol, soçobrado em Marigalante, as quais ali estavam enterradas; e mandou que o Hoope e Eendracht se fossem a S. Vicente para se limpar e serem ajustados os quartos das chalupas com a maior brevidade. A 22 tocou o Commandeur em Guadalupe, e recolheu imediatamente três selvagens, para lhe mostrarem as peças ; mas os selvagens, que o ano passado deram noticia delas, haviam partido para a terra firme, como quase todos os
História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636.Vol. 30
Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional