último deste mês era em altura de Cº 45' ao sul da equinocial. E porque nem anteriormente, nem nesta paragem topara navio algum, seguiu sua derrota, vindo a avistar a 10 de Abril em altura de 14°20', terras do Brasil ao sul. Ao seguinte dia surgiu em vinte e cinco braças, obra de légua e meia da costa, e duas léguas e meia do morro de S. Paulo, que ficava ao nornoroeste com ele. Soube por alguns selvagens, que vieram a bordo, que estava diante do rio Boypeva [^nota-14]. Este lugar tem fáceis conhecenças: a terra é geralmente da mesma elevação, exceto da banda do sul, onde é mui alta, e em cima tem uma mata pequena e espessa; na ponta de Boypeba há uma grande árvore, que ao longe parece uma torre sem grimpa; entre esta arvore e a mata, e mais chegadas a esta, se vêem três arvores, da mesma grossura e altura; tudo o mais é terra baixa até a ponta Morro de S. Paulo, que é também da mesma elevação que a terra grossa em que esta aquela malta. No dito morro ha ainda um convento de paredes brancas, e pois é lambem mui fácil de conhecer. Ao meio-dia era o coronel em altura de 13°35 ao sul da equinocial. Desde os 14° até esta paragem encontra-se geralmente bom ancoradouro, duas até três léguas apartado da costa. A 13 de Abril o coronel tomou um navio com negros, o qual vinha de Angola em demanda da Bahia; ficou com o capitão, e largou o navio com os negros, por não saber quão úteis estes lhe podiam ser. De novo deu fundo em distancia de uma légua do morro de S. Paulo, donde avistava a ponta meridional de Taparica. Do morro de S. Paulo até a ilha Taparica a terra, firme, encurva-se, e nesta curva, segundo dizem os moradores, há um baixo perigoso. Este seio ou curva começa na ponta meridional de Taparica, e termina na dos Castelhanos, que fica duas léguas ao sul de Boypeba; é junto de S. Paulo que o baixo é maior. No seio ao norte do rio Tinharé ha tombem uns baixos, que saem ao mar bem uma légua; os Portugueses dão-lhe o nome de baixos de Jaguaribe. O rio de Tinharé desemboca ao lado noroeste do morro ele S. Paulo; na boca tem de fundo seis ou sete braças, e para dentro ainda é mais fundo; segundo dizem os indígenas. Quem está surto no morro ele S. Paulo em vinte e seis braças, vê por cima da ponta de Taparica um monte redondo, e ao mar deste outro, algum tanto menor, que é terra da Bahia. O Sr. van Dorth, não tendo nova da frota, esteve a cruzar nesta paragem a ver se topava o almirante com os seus navios, A 20 avistou uma ilhasinha, obra de duas léguas ao oessueste consigo, algum tanto metida na curva, que da ponta dos Castelhanos corre ate a de Camamú. Esta ilhasinha está apartada obra de uma légua da ponta de Camamú, onde desce um ribeiro. Toda esta curva é circundada de terras baixas, e não tem ancoradouro capaz. Da ponta de Camamú torna a terra a levantar-se. O coronel era então em altura de 13°54', leste oeste com a ponta de Camamú. Ao outro dia viu a ponta do rio das Contas, ao sudoeste consigo, a qual apresentou-se-lhe com dois montes altos, chegados um ao outro; entre eles deságua o ribeiro. Para o sul a terra continua levantada. Era em 14°, e não encontrou ancoradouro capaz ; e por não ser
História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636.Vol. 30
Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional