V - Decidiu-se ainda intimar João Fernandes Vieira, o principal chefe revolucionário, a vir ao Recife juntamente com seus fiadores, Francisco Berenguer, sogro de Vieira, e Bernardino Carvalho, sob o pretexto de discutir com ele um segundo acordo, como aliás era seu veemente desejo. Assim poderia o Governo Holandês aprisioná-los, e, conseqüentemente, esclarecer toda a origem do plano português, a fim de melhor dominá-lo.
Certo corretor chamado Koin, que havia proposto tal acordo em nome de Vieira, fora incumbido de desempenhar a missão de trazê-lo à capital, o que certamente conseguiria com, facilidade e sem despertar suspeitas. Entretanto, os feriados de Pentecostes atrasaram por algum tempo essas providências. Com a mesma diligência empregou o Conselho todos os meios possíveis para deter outras pessoas da Várzea suspeitas de participação nos planos rebeldes, recorrendo a pretextos vários, pois que, à força, dificilmente seriam eles apanhados, não só por não pernoitarem em suas residências ou nos engenhos, como porque durante o dia estavam constantemente prevenidos.
A 31 de maio o Vice-Almirante Lichthart e o Tenente Hendrik Haus propuseram-se entregar João Fernandes Vieira ao Conselho. Esperavam conseguir agarrá-lo convidando-o para uma pescaria no lago Luiz Braz Bezerra.
Mais informes sobre a insurreição.
A 9 de junho1 o Grande Conselho recebeu aviso, por carta que lhe endereçou o Senhor Koin, Governador do Rio São Francisco, datada de 1° do mesmo mês, de que Camarão havia atravessado aquele rio à frente de uma pequena força. Por esse motivo o informante pedia auxílio de homens e munições.
A informação foi confirmada por carta de 27 junho, acrescentando, Koin, que até então o inimigo não tinha ainda aparecido ao alcance do forte.
Tendo, ainda, o Conselho recebido repetidas comunicações de que na Mata de S. Lourenço e em outros lugares distantes estava-se congregando considerável força militar procedente da Baía, composta de negros e mulatos, vários destacamentos foram para lá despachados sob o comando de pessoas familiarizadas com a região. Entretanto, as notícias enviadas pelos chefes desses expedicionários- foram unânimes em afirmar que não
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Nota 212: O tradutor inglês escreveu 3 de julho (p. 52, 1a coluna, 1° §). Comparar com a edição holandesa (p. 69, 2a coluna, 4° §).
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