Terra-Vermelha, 1 por ser dessa cor o solo da região. Há, aí, um ancoradouro excelente com cinco ou seis braças de profundidade e toda essa zona é dotada de ótimos mananciais, motivo pelo qual os navios holandeses que deixam o Recife, rumo à Metrópole, costumam aí fazer escala para se abastecerem de água fresca.
Rio Mamanguape.
Meia milha mais ao norte, a 6º 34', acha-se o rio Mamanguape 2 que ali desemboca no oceano. Este curso é muito mais largo em suas cabeceiras que na foz; suas margens apresentam espessa vegetação de sarças, arbustos e mangueiras. Pouco antes da foz há um recife e, na própria desembocadura, dois perigosos bancos de areia. Tem ele três braças de água, na maré baixa.
Cerca de duas pequenas milhas ao norte do rio Mamanguape há uma baía que os portugueses chamam Baía da Traição e onde, a uma milha de distância da praia, se tem 11 a 12 braças de água. Cinco milhas para o norte dessa baía encontra-se o rio Barra Konguon ou Konayo, que apenas dá calado para pequenos veleiros. Perto de meia milha 3 desse ponto, há uma grande baía de cerca de duas milhas de extensão, chamada Pernambuco, e cinco milhas além, ao norte, o rio Jan de Sta ou Estau . 4
Os índios da Paraíba habitam cerca de sete aldeamentos, o maior dos quais se chama Pindaúna, 5 que, em 1634, contava perto de 1.500 habitantes. Os outros poderiam ter, quando muito, 300 almas, Nenhum desses aldeamentos contava mais que cinco ou seis construções muito compridas, com uma infinidade de portas, de tamanho diminuto.
Sua fertilidade.
Á produção desta Capitania consiste em: açúcar, pau-brasil, tabaco, peles, algodão, etc. A cana de açúcar desenvolve-se aí admiravelmente,
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Nota 134: Tanto Nieuhof (p. 39, 2a coluna ) como Herckmans (Cf. XLI, 261) falam de Terra Vermelha na Paraíba (Roolant, Roodelant). Trata-se, segundo a descrição de Herckmans, de uma terra alta, formando como que um monte que se interrompe do lado do mar, pelo que os nossos navegantes chamam-na de Terra Vermelha e os Portugueses de os Barreiros de Mirirí, porque ali desemboca o rio Mirirí; Em Barlaeus (VIII, mapa da Paraíba entre pp. 32-33).
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Nota 135: Nieuhof escreve (p. 40, 1a coluna, 1° §): "Mongoape ou Mongoanwapy".Trata-se do Mamanguape. Aliás, já Herckmans escrevia, também, Mongougoappi ou Mamanguape. (Cf. XLI, 261).
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Nota 136: O tradutor inglês escreveu légua e meia (p. 27, 2a coluna, 3° §). Cf. ed. hol., p. 40, 1° coluna, 6° §.
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Nota 137: No mapa 50 de Wieder (XCVII, 2° vol.) existem, realmente, uma Barra e um rio de nome Jan de Staa; ficam acima da Ponta e Barra de Pernambuco, na Paraíba.
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Nota 138: Herckmans (Cf. XLI, 258-9) se refere às duas aldeias existentes - Findaúna e Joacaca - no distrito de Gramame. "Pindaúna era o nome do potiguar que construiu as primeiras casas, onde está agora a aldeia do mesmo nome". Em língua brasílica significa anzol preto (id., 259). Teodoro Sampaio (LXXXI, 34)considera- bem traduzido por Herckmans o nome indígena. Em Barlaeus, edição de Naber, (VIII) entre as pp. 24 e 25.
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