Tem o bico de cor belamente encarnada. Os olhos grandes e negros. Pernas de galinha. A cauda longa como a do pavão francês, a qual levanta e abre. Gosta de pousar, como os pavões, nos telhados ou nas árvores; grita alto Racuá, Racud. Pela boa qualidade da carne, preparada de qualquer modo, sobretudo assada, não cede a nenhuma das aves. americanas nem européias; por isso é domesticada e criada em casa dos potentados, pela sua qualidade e beleza. MUTU-PORANGAEncontra-se outra espécie da mesma ave, cuja gravura aqui anexo, chamada mutum-poránga. Esta cede em tamanho ao anterior Mutú, mas na qualidade da carne lhe é igual; natureza inteiramente semelhante, diferindo, sobretudo, pelo bico e penas da cabeça. Esta tem o bico reto, negro na extremidade, mas, no início, cor de açafrão. Do alto da cabeça ao começo do pescoço é enfeitada com penas muito negras, semelhantes à seda, encaracoladas, muito maiores e mais elegantes que as do precedente Mutú, podendo encrespá-las em crista. Esta, como as outras espécies de faisões e perdizes, tem a carne do peito mais branca que nas demais partes do corpo, como as européias. Do mesmo modo são domesticadas e cevadas, em gaiolas. Ademais, nestas nobres aves (o que a muitas outras
Historia Natural Médica da Índia Ocidental
Escrito por Piso, Guilherme e publicado por Ed. Itatiaia. Ed. Universidade de São Paulo