ticulada, recosta-se na barbatana dorsal anterior; com ela fere terrivelmente a quem lhe toca sem precaução.Destarte, apesar de comestíveis estes dois últimos, Iundiá e Urutú, contudo os pescadores enxotam-nos das suas redes, por causa das picadas que produzem, com tamanha inflamação e intumescimento que, no espaço de vinte e quatro horas, dificilmente cedem a algum remédio; e mesmo os feridos são, às vezes, acometidos de perda de memória e prostração. Até agora só apareceu um remédio, que o mais depressa possível se prepara do fígado do mesmo peixe frito com óleo, e se aplica à ferida. Daqui também se evidencia o que, muitas vezes, eu antes comprovei: que a maioria dos seres venenosos traz consigo os seus antídotos, desde que os saibamos inteligentemente procurar e atentemos em que, não raro, se ocultam em alguma das vísceras principais, sobretudo no fígado.CAMARIPUGUAÇÚEntre os peixes marinhos vulgares conta-se o Camaripu-guaçú, que, quando se faz adulto, adquire a grossura e o comprimento de um homem com muita gordura. Tem a boca desprovida de dentes, muito ampla; a mandíbula inferior imóvel, e a superior um tanto curta. De olhos grandes, prateados. Cauda larga, um pouco bifurcada. À nadadeira dorsal, ereta, tem, acrescido, um longo apêndice voltado para a cauda, como corda grossa. Todo o peixe é coberto de grandes escamas estreitamente imbricadas, tão graciosamente ondeado de um ar
Historia Natural Médica da Índia Ocidental
Escrito por Piso, Guilherme e publicado por Ed. Itatiaia. Ed. Universidade de São Paulo