Provoca abatimento em todo o corpo, com dor de estômago, às vezes com vômitos, suma dificuldade de respiração causada pelo resfriamento dos músculos do tórax e, principalmente, pela compressão da cartilagem mucronada. Desde então segue-se grande abatimento de forças pela perda do apetite, e ameaça a atrofia. A doença é crônica e fria; entretanto, por si, não é letal; ataca aos poucos e no princípio é difícil de conhecer.Os empíricos, conforme pensam, coligem o seu primeiro sintoma pela inspeção e toque do braço do enfermo; se neste observam nódulos como de vagens, afirmam tratar-se dessa doença. Difere da opilação caquética, porque os afetados por este mal do peito, posto que fiquem abatidos e tristes, não se mostram descolorados e lívidos, nem sentem peso ou dureza dos hipocôndrios; depois diminui o apetite e se debilita ó órgão da primeira digestão. Talvez grasse mais freqüentemente, porque poucos julgam que se deve observar com rigoroso escrúpulo a prescrição de Celso, no livro I, cap. 2, que diz: "Se alguém durante o dia encher o estômago, depois da refeição não deve expor-se ao frio nem ao calor, nem entregar-se ao trabalho". A cura requer a ministração interna e externa de medicamentos resolutivos, calefacientes e tônicos. Os internos são: as pílulas estomáquicas, mel silvestre, xarope de tabaco, vinho generoso e algumas gotas de bálsamo de Copaíba diluído; decocção de salsaparrilha, sassafrás, com sementes de aniz e cinamomo, com uma pitada de pó de Ibiraée e Nhambi. Os caldos para uso do doente temperem-se com o açafrão indígena Urucú, a pimenta brasileira sativa e silvestre; e, se nada o impedir, com cebolas e alho. Os externos são: ventosas secas, repetidas e colocadas na região mamária; depois, façam-se fomentações no estômago e tórax, de óleo de casca de tabaco, de laranjas, artemísia e mentastro. A seguir, cataplasmas de ervas fortificantes sobre o escudo estomacal. Ajunte-se finalmente um emplastro confortante composto das citadas gomas e bálsamos, tantas vezes descritos.Não é despicienda a necessidade de se observar o emprego de tópicos e de todos os remédios externos, porque as suas vir-
Historia Natural Médica da Índia Ocidental
Escrito por Piso, Guilherme e publicado por Ed. Itatiaia. Ed. Universidade de São Paulo