tificar os membros enfraquecidos e a lenta pituíta dos nervos deve ser dissolvida. Convalescendo o doente, por dias e noites cubram-se as partes afetadas, de sorte que nenhum ar recebam, e faça-se exercício e contínua agitação dos membros. Os íncolas excedem na freqüência de fricções e unções admiráveis, tanto para conservar a saúde, como para curar muitíssimas doenças, aplicando aquela nas doenças mais frias e crônicas, e estas nas mais agudas. Os estrangeiros imitam de boa vontade estes remédios, e, como é justo, segundo as leis da arte, regulam estes e mais gêneros de curar dos empíricos. O que a cada passo nos ensina Galeno (lib. 2. De Sanitate tuenda) e Celso (capítulo 14) .
CAPÍTULO VI
DAS OBSTRUÇÕES DAS VÍSCERAS NATURAISEm toda parte da terra a conservação do corpo humano consiste, entre outras coisas, no movimento contínuo do sangue e dos espíritos, o qual movimento, se for impedido ou desordenado, costuma suscitar obstruções ou fluxos as mais vezes um tanto pertinazes e graves. Daqui as opilações hipocôndricas e as perniciosas diarréias, tidas, não sem razão, por pestes das Índias; entre as doenças populares, nenhuma domina ou mata com tanta violência. Originam-se de várias causas, sobretudo do impedimento da transpiração; assim, houve por necessário dizer antes algo a respeito das mais freqüentes obstruções provenientes das cruezas e supervenientes às vísceras naturais; e depois tratarei dos defluxos. O fígado, o baço, os intestinos, mais que todos o pâncreas e o mesentério, padecem muitos males oriundos do estômago; este, embora por si não seja a causa de tantas doenças, contudo, atacado tantas vezes pela intemperança de viver, é afinal destituído de seu forte calor natural e, coberto de humores crassos e crus, não pode funcionar como deve. Nestas terras os ventres não são mais quentes no inverno como nas outras, segundo o testemunho de Hipócrates; antes são mais frios e abundantes em muitos humo-