O Domínio colonial hollandez no Brasil

Escrito por Watjen, Hermann e publicado por Companhia Editora Nacional

Página 139


a Diretoria Geral os bons serviços de sua frota. De 1623 a 1636 não menos de 806 navios da Companhia haviam se empenhado em viagens para a América do Sul e do Norte, para as Índias Ocidentais e para a África, e apresado para mais de 547 barcos espano-portugueses no valor de 6.710.000 florins. A importância total dos carregamentos pilhados bem como das mercadorias e escravos apreendidos no Brasil era avaliada em 30.309.736 florins. 1 Mas a esses lucros se opunham avultados gastos.Só o aparelhamento das frotas e corpos expedicionários, enviados a partir de 1623 para o Oceano Atlântico, e os embarques de vitualhas, munições de guerra e materiais de construção, haviam devorado 45.183.430 florins. Juntem-se a isso as despesas com os territórios ocupados, os inumeráveis salários de empregados e tantas outras coisas. "Ces énormes depenses", diz Netscher, "et les distributions considérables que la Compagnie faisait annuellement à ses actionnaires, la rendaient aux yeux de l'ennemi plus redoutable qu'elle ne 1'était en réalité". 2 Para cobertura das dívidas foi contraído um empréstimo a seis por cento, com os acionistas. Ficou porém claramente estabelecido entre os diretores e os participantes que a guerra de pirataria como feita até então só poderia prosseguir no caso de se conseguirem novas fontes de recursos pecuniários.Que havia de mais curial, pois, do que empregar o máximo esforço no intuito de obter esses recursos das possessões ultramarinas, sobretudo do Brasil!? Esta terra tão vasta e tão pouco explorada devia certamente produzir extraordinários lucros, com uma administração econômica mais racional, maximé agora que à W.I.C.


  1. Nota 120: de Laet, apêndice, p. 8 e segs.; Netscher, p. 80.;

  2. Nota 121: Netscher, p. 82.