Documentos Holandeses

Escrito por diversos autores e publicado por Serviço de Documentação do Ministério da Educação e Saúde

Página 152


um dia colher os frutos. Além disso, veio procurar-nos, pelos fins do mês de agosto, um moço brasileiro, enviado por um tal Sarapu Krierassu, que era Mossocata ou Senhor de uma aldeia chamada Tahusseray, situada na região do norte, a algumas léguas de distância daqui, para anunciar-nos que o dito Mossocata com toda a população do lugar estava muito inclinado a procurar-nos e entrar em entendimento conosco. Mandamos o moço de volta com a resposta de que não estávamos menos inclinados em relação aos de sua gente e que bastava virem para a ilha de Tamarica, onde queríamos viver em amizade com o dito senhor e toda a população e oferecer-lhes lá um lugar conveniente para trabalharem e viverem. Este mensageiro foi, porém, interceptado no caminho e conduzido ao arraial. Tendo sabido disso, o Mossocata veio pessoalmente ver-nos; recebemo-lo muito bem e o alojamos convenientemente, em Tamarica, mas, não pudemos atender a seu pedido de remessa de alguns soldados a Tabusseram, de onde viera, a fim de fornecer uma escolta de segurança a toda a população (que, segundo o que dizia ele, nada mais desejava que passar-se para nós), porque tínhamos, então, um número muito reduzido de soldados e, além disso, estávamos, então privados dos que acompanhavam o sr. Gyselingh em sua expedição; mas respondemos a ele que devia enviar-lhes um brasileiro para dizer-lhes que não tinham muito que temer, visto como o inimigo estava bastante fraco na região que tinham de atravessar. Assim se fez; e, após isso, cerca de 20 dos brasileiros de lá vieram para a ilha e a todos destinamos bons lugares, melhorando assim a ilha em proveito da Companhia. Para a dita ilha vieram também alguns senhores de engenho, a saber Pedro da Rocha, criado de Filipa Soares, viúva de um senhor de engenho, que desejava negociar conosco, trocando algumas mercadorias por açúcar, para o que provemos a venda do lojista Wynants de todos os tecidos, panos e cargas que encontramos nas presas feitas por nós ou que pudemos reunir por outros meios, a fim de começar provisoriamente o comércio e entabular assim relação com os senhores, o que nos pediu também um certo senhor de engenho, chamado Manuel Jácomo de Bezerra, que fora feito prisioneiro por um dos nossos destacamentos em seu engenho (situado no rio Maria Farinha), e que