Documentos Holandeses

Escrito por diversos autores e publicado por Serviço de Documentação do Ministério da Educação e Saúde

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Bahia, a 17 graus, e travaram uma batalha, que, com grande pesar nosso, teve como resultado perdermos o citado senhor almirante-general (que, assim como o sr. almirante Marten Thijssen, sempre se conduziu com coragem) e os belos navios "Príncipe Guillaume" e "Province d"Utrecht", que foram incendiados; do navio "Príncipe Guillaume" só 5 pessoas se salvaram, e do navio "Province d"Utrechet" cerca de 70, de sorte que nossa perda em homens sobe ao número de 250 mais ou menos, entre soldados e marinheiros, entre os quais se encontram alguns oficiais, sem contar mais de 100 feridos. Do inimigo metemos a pique dois galeões, a saber ? o navio do vice-almirante armado com 26 peças de metal, no qual se achava o próprio vice-almirante, chamado Dom Francisco Balhezilla, que morreu, e o galeão S. George; além disto, aprisionamos um, chamado S. Buena Aventura, armado com 20 peças de metal, e com uma carga de 200 caixas de açúcar, um pouco de madeira e um _ pouco de tabaco. Ainda fizemos mais de 200 prisioneiros, vários dos quais são pessoas de distinção. Acerca das particularidades do combate e da razão por que vários dos outros navios deixaram de seguir o exemplo e a ordem expressa de seus comandantes na abordagem a respeito de tudo isso eu me reporto ao relatório do sr. almirante Marten Thijssen à assembléia dos XIX. Apesar disso, pôde ainda o inimigo realizar de certo modo a sua intenção, que consistia em desembarcar, passando por aqui 1 200 homens no cabo de Santo Agostinho e mais 300 homens na Paraíba, porque, se bem não o tenha podido fazer no cabo de Santo Agostinho, realizou-o em Porto Calvo. Se os outros foram desembarcados em Paraíba, ainda não se sabe; espero, entretanto, ser informado brevemente. O resto da frota espanhola, sem deter-se onde quer que fosse, tomou rota para Portugal; e os soldados acima mencionados, que deveriam ser desembarcados aqui, foram embarcados em caravelas antes de fazer-se a vela da Bahia, a fim de poderem realizar melhor sua intenção, como Vossos Altos Poderes poderão verificar de modo convincente pelos interrogatórios dos prisioneiros.