preta e a de baixo ruiva. O corpo, com exceção das asas, brilha com um verde áureo, como o ventre da segunda espécie; as asas são escuras. A cauda mede um dedo de comprimento; é um pouco larga e formada de penas da cor azul ferrete brilhante. Nota. Fiz menção desta avezinha, na descrição da América, 1. V, c. 17, onde ajuntei uma imagem dela, apresentada por Car. Clus.; do mesmo modo no lib. XV, cap. 7. Tem esta ave vários nomes, entre os indígenas, além do nome geral, Guajnumbi, como por exemplo, Guaracyaba, isto é, raio do sol, e Guaracigaba, isto é, cabelo do sol; Fr. Ximenes diz que é chamada Huitzitzil, pelos mexicanos. Esta é a avezinha, diz, com penas pintadas de várias cores, com as quais, feita uma mistura e composição, preparam os bárbaros as imagens dos santos e de outras coisas, realizando assim uma perfeita semelhança. A natureza e propriedade desta avezinha é tal que não dura mais que as flores das plantas, de cujo mel vive; quando estas caem, a ave se firma com o biquinho, nos troncos das arvores e por seis meses fica imóvel até que renasçam as flores, o que se confirma com muitas testemunhas inteiramente seguras. Dizem, que a inalação do pó desta ave cura o artritismo coralóide (?). Vimos algumas imagens preparadas artisticamente com as penas desta avezinha, de sorte que pareciam pintadas de cores e brilhavam admiravelmente expostas ao sol.
CAPÍTULO V Jacupema. Jacamaij. Jacurutu. soco. Matuitui. IACUPEMA (termo indígena). É uma espécie de faisão; um pouco maior do que nossa galinha doméstica. Tem a cabeça e o bico semelhante aos da galinha; aquela não é grande; os olhos são escuros; o pescoço mede cerca de sete dedos de comprimento; a distância, do começo do pescoço ao começo da cauda, é de cerca de nove dedos. A cauda é longa e larga, medindo um pé de comprimento; as pernas são longas, sendo a parte superior de cinco dedos de comprimento, coberta de penas, e sendo a inferior de três dedos ou um pouco mais. Nos pés, encontram-se quatro dedos, como os da galinha, dentre os quais o médio dos três anteriores é do comprimento de dois dedos. Esta ave é coberta de penas pretas com mistura de algo de pardo, e ela pode eriçar as penas da cabeça em forma de crista. As penas pretas são cercadas por outras brancas, na extremidade. A garganta da parte que fica debaixo da cabeça até uma distância de dedo e meio, no pescoço, é destituída de penas, mas é coberta de uma pele vermelha. A parte inferior do pescoço é marche tada de umas peninhas brancas, dispersas entre as pretas, assim também é o baixo ventre e a metade posterior das asas, ao passo que a parte superior das pernas e a cauda só tem penas pretas com mescla de um pouco de pardo. A parte inferior da perna e os pés são de uma bela cor vermelha, esta ave pode ser domesticada e sua carne é boa. Recebeu o nome de seu grito, porque grita assim: iacu, iacu, iacu. IAMACAII (termo indígena). Avezinha do tamanho da cotovia, tendo o tronco de três dedos de comprimento; o pescoço mais de um; as pernas, dois; a cauda, quase quatro. A cabeça é pequena; o bico é do comprimento de um dedo, reto, mais um pouco inclinado para baixo, agudo, preto, porém um pouco cerúleo, na parte inferior de sua origem. A cabeça é coberta de penas pretas, e assim também a parte inferior do pescoço, sendo a superior coberta de penas de cor alaranjada. O dorso, peito, baixo ventre são igualmente cobertos de penas cor de laranja; as asas, de penas pretas, em cujo meio se acham colocadas umas brancas, que constituem manchas brancas, uma em cada asa. Na origem das asas, encontra-se em linha transversal pelo dorso uma mancha preta; a cauda também é preta; a perna e os pés, fuscos; é uma ave elegante.