netos; pelos outros Triglia e Barbone; pelos espanhóis Salmoneta. Consulte-se Gesner. Aldrovandro deles trata longamente rio lib. 11 et seq. Como se acha figurada entre nós, dela não ajuntamos aqui nenhuma figura.CAPÍTULO IX Tareira d'Alto. Tareira do Río. Piratiapia. Ceíxupíra. Tareira d'Alto, isto é, marítima. É um peixe redondo com dez dedos de comprimento (encontram-se também maiores) e chega a medir, na parte mais grossa, cinco dedos de espessura, em seguida vai-se afilando, para a parte posterior. Tem cabeça de cobra com duas protuberâncias, sobre os olhos os quais têm uma pupila preta, rodeada de um círculo amarelado; tem a boca achatada, bem grande, amarela,por dentro e guarnecida de dentes agudíssimos. As nadadeiras são oito, a saber: uma de cada lado, depois das guelras, do comprimento de mais de um dedo, da largura de um terço de dedo, estendendo-se lateralmente em linha reta; depois destas, a uma distância de dedo e meio, na parte inferior do ventre há duas unidas com a figura de trapézio, com dois dedos de comprimento e quase dois de largura, na extremidade; uma, perto da cauda, na parte inferior do ventre; extensa na parte que fica no corpo mas fina, com dois dedos de comprimento; sobre esta, no dorso, uma pequena, semelhante a uma ponta de faca; no meio do dorso uma inteiramente quadrada com dois dedos de largura e mais de um de comprimento; uma constituindo a cauda, a oitava, com dedo e meio de comprimento e bifurcada. Todas as nadadeiras são tênues, como folhas de papoula, e são sustentadas por espinhas moles. É este peixe revestido de pequenas escamas como escudos, dispostas com tanta arte que o corpo parece liso. O ventre aparece branco; os lados e o dorso têm, no sentido longitudinal, linhas amarelas e verdes alternadamente. As extremidades das escamas são escuras, em redor, e parecem como que se fossem rombos circunscritas por linhas escuras colocadas em ordem, e se estivesse dispostas em ordem uma amarela e dos lados, uma verde. A nadadeira dorsal, no sentido longitudinal, tem estrias escuras; as outras as têm amarelas. A cauda é estirada de escuro e a parte superior da cabeça é escura, na maior parte. Este peixe deve ser assado, porque cozido não é muito bom. Em sabor sobrepassa a Tareira do Rio, que tem muitas espinhas. TAREIRA DO RIO. Tem o corpo alongado, dorso retilíneo, o ventre um pouco saliente. A mandíbula inferior é mais longa que a superior. Possui também dentes agudíssimos, entre os quais, dois mais longos, no meio da mandíbula interior, e quatro semelhantes, na superior, e morde violentamente. Os olhos são bem grandes, um pouco salientes, belos, com a pupila baça, pretos quanto ao resto. A cabeça é um pouco semelhante a do Lúcio. É longo este peixe, medindo quinze ou dezesseis pés; tem seis nadadeiras. Duas alongadas acham-se colocadas uma depois de cada guelra; duas também alongadas, encontram-se unidas, na parte inferior do ventre; uma, depois do ânus, com figura de paralelogramo. Uma no meio do dorso, grande, reta, com figura de pararelogramo, tendo mais de três dedos de comprimento e dois de largura. A cauda consta de uma nadadeira, em forma de paralelogramo, com dois dedos e meio de comprimento e um dedo e meio de largura, sendo curva na extremidade. É coberta com escamas bem grandes, fuscas no dorso e dos lados, mas nestes é fusco, tem uma variedade de cor argêntea, de sorte que aparece o argênteo pelo meio do fusco. A cabeça é coberta de uma dura casca fusca; o ventre apresenta-se todo branco; as nadadeiras são fuscas, ondeadas transversalmente de preto, como a cauda do Gavião; da mesma sorte é também a cauda. É pescado nos rios; serve para se comer, mas tem muitas espinhas. PlRATIAPIA (termo indígena). É um peixe de corpo alongado e bem grosso; algumas vezes cresce tanto que chega a pesar cinqüenta libras. A parte inferior da boca é mais longa que a superior. Tem dentes agudos, dispostos sem ordem e toda a cavidade da boca com a língua é vermelha. Os olhos salientes possuem uma pupila cristalina oval e um círculo vermelho. Diante de cada olho existe um orifício. As guelras são grandes e terminam em forma de triângulo. Do vértice do dorso à cauda, corre uma nadadeira, sustentada na metade anterior, por
História natural do Brasil.
Escrito por Marcgrave, Jorge e publicado por Museu paulista. Imprensa Oficial do Estado