História natural do Brasil.

folhas triangulares; este fruto maduro é de cor amarela esverdeada ou também escura. A casca é filamentosa como o coco, mas não tão grossa (tem a dupla espessura de uma casca de ovo); sendo esta casca batida, pode facilmente sair e então aparece uma polpa de cor de açafrão sem sabor pronunciado; é comida com farinha pelos negros. Esta polpa cerca um caroço duríssimo, oval, da grossura do coco, mas sem os três pequenos orifícios; quebrado este caroço, aparece dentro um núcleo dividido, como a noz, com a qual rivaliza em tamanho; este núcleo é branco, um tanto duro, do gosto do coco, um pouco mais seco e assim agradável. Desta polpa da cor do açafrão fabrica-se um óleo da mesma cor, que se emprega para iluminação; do núcleo se extrai pelo processo de compressão um óleo limpidíssimo para a preparação dos alimentos, quando recentes e para iluminação, quando velho. Um e outro é de natureza fria; o que é extraído do núcleo se emprega em lugar do óleo (rosado) (?). Da casca da noz preparam-se cachimbos para se fumar; chamam-se petumbuaba. As folhas desta árvore servem para cobrir casas; para o fabrico de esteiras, cestos e outras cousas; no mês de maio amadurece o fruto.ÁRVORE (O autor não declara o nome). Tem uma casca cinzenta; alvacenta, dotada de muitos galhos dobrados de várias maneiras. O tronco mole é quase como o do salgueiro; as folhas são oblongas, mútua e diretamente opostas, sólidas, lisas, de cor verde viva e lustrosa, na frente; oliváceas, lustrosas no avesso; são glabras e dão ao tacto a sensação da seda.Na extremidade dos ramos, produz esta planta muitos flósculos, unidos em forma de espiga ou cacho, fixados a um pedículo inclinado para baixo; são de cor lútea e o cacho das flores é disposto de um modo elegantíssimo. Depois das .flores vêm as bagas do tamanho dos Ribis. Se servem para se comer ou não o autor não declara. Procurei delinear esta figura, servindo-me de ervas secas, colhidas pelo autor. As folhas secas estavam pretas, em cima; em baixo escuras. Não pude observar a natureza dos frutos a vista dos secos TAPYRACOAYNANA (termo indígena). É a árvore Cássia cujo fruto se chama canafistola (em português). É uma árvore alta e grande, largamente estendida em vários ramos, tendo uma cor cinzenta-alvacenta. Produz folhas opostas, em ordem, um pouco erguidas, de figura cilíndrica, medindo dois dedos de comprido e duas terças partes de dedo de largo, fixadas como as folhas de sene a um pedículo Curtíssimo; são estas folhas verdes claras, ligeiramente hirsutas, moles, com um nervo avermelhado no sentido longitudinal e veias transversais